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sábado, 25 de agosto de 2012

A LIDERANÇA E O VENERÁVEL.

A liderança pode ser considerada como uma das funções mais importantes e mais difíceis de serem exercidas em qualquer atividade humana.
 
Nas Lojas maçônicas a liderança do Venerável Mestre é de fundamental importância para a direção dos trabalhos, realização de projetos, dinamismo e união dos Irmãos, até porque cada maçom em particular se considera um líder e o confronto de líderes pode gerar conflitos.
 
É importante, também, distinguir liderança e autoritarismo. São concepções distintas. O autoritário é impositivo, dominador, arrogante, despótico e se impõe pelo poder que detém. O líder, por sua vez, é ético, confiável, sensato, cheio de energia, humilde, ansioso por aprender e se destaca pela competência em tratar com pessoas e com coisas.
 
Afinal, o que é liderança e qual a razão do tema?
 
Liderança é a capacidade de fazer com que todos remem na mesma direção, estimulados por um objetivo comum a todos.
 
É exatamente isto que os membros de uma Loja precisam fazer: remar na mesma direção, estimulados pelo Venerável Mestre.
 
Alguns maçons quando são eleitos Veneráveis Mestres de suas lojas e após assumirem os seus cargos, presumem que serão seguidos, naturalmente, pelos irmãos do quadro. Este é o primeiro engano.
 
Outros, acreditam que a leitura de livros sobre liderança os tornarão aptos para o exercício da função de Venerável Mestre. Segundo engano.
 
Muitas pessoas que desejam se tornar líderes, compram livros e assistem a seminários na esperança de alcançarem seus objetivos. Essas iniciativas geram um sentimento de satisfação nelas mas, na prática, a liderança acaba sendo o resultado das ações conduzidas por uma pessoa. Por este motivo, ao invés de oferecer àquele irmão o material sobre liderança, ofereci a ele um projeto operacional capaz de dar rumo a loja, desde que haja participação e comprometimento de todos os membros do quadro na sua implementação. Se o resultado de um projeto desses ou de outro qualquer for positivo e aceito por todos, fará com que o condutor do projeto, no caso o Venerável Mestre, seja considerado por todos os irmãos do quadro e de outras lojas, um líder. Por outro lado, é possível, também, pesquisar as biografias dos grandes líderes e procurar pistas sobre suas habilidades, entretanto, os benefícios desse esforço serão ínfimos porque os autores desses livros biográficos descrevem apenas o que os líderes realizaram, mas não descrevem como e porque o realizaram. Na verdade, os próprios líderes pouco dizem como tornar-se um líder, porque não existe fórmula alguma para liderança. Há uma frase célebre: "Não importa o que o líder faz, mas sim o que o líder é". O próprio líder não consegue reconhecer suas características individuais e que fazem com que as pessoas o sigam, mas as pessoas respondem a essas características. Portanto, somente observações ao longo dos anos podem tornar esta perspectiva nítida.
 
O líder, por sua vez, deve utilizar não só a cabeça, mas também o coração. A liderança, em sua essência, deve tocar o coração e a alma. Ela está, quase sempre, fundamentada em uma conexão emocional e não racional. Philip Crosby tem uma definição de liderança muito interessante que é a seguinte:
"Liderança é, deliberadamente, fazer com que as ações conduzidas por pessoas sejam planejadas, para permitir a realização do programa de trabalho do líder."
 
Adaptando esta definição para a linguagem maçônica, poderíamos ter algo assim:
 
Liderança é, deliberadamente, fazer com que as ações executadas pelos Irmãos da Loja sejam planejadas para permitir a realização do plano de trabalho do Venerável Mestre.
 
Precisamos desdobrar alguns elementos da definição para tornar a mensagem mais compreensível.
 
"Deliberadamente" significa que a Loja deve eleger um determinado caminho e um propósito, estabelecendo objetivos e metas claros na mente de todos os Irmãos. Significa, ainda, que o Venerável Mestre deve escolher cuidadosamente os membros para compor sua Diretoria e que conduza todos numa mesma direção.. Ações executadas pelos Irmãos" significa que os objetivos e metas devem ser alcançados por meio de ações empreendidas por todos os Irmãos e não ações executadas por um pequeno grupo deles.
 
"Planejadas" significa programar uma seqüência de eventos que permita que os Irmãos saibam, exatamente, aquilo que vai acontecer e o que se espera que cada um faça.
 
"Plano de trabalho do Venerável Mestre" refere-se às realizações específicas que o Venerável realmente deseja.
 
Portanto, para o exercício pleno da liderança é preciso seguir alguns princípios fundamentais:
 
1.Um programa de trabalho claro e definido.
2.Uma filosofia individual.
3.Relações duradouras.
Aqueles que desejam ser líderes precisam compreender, assimilar e implantar estes princípios de liderança.
 
Liderança envolve um trabalho árduo. Muitos dos que aspiram ao papel de líder, não conseguem desempenhá-lo. Outros, têm os atributos adequados, mas nunca chegam a fazer qualquer coisa a respeito.
 
Existe uma idéia tradicional de que os líderes querem praticar o bem. Entretanto, nem todo líder tem um programa voltado para a prática do bem.
 

 


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A LOJA MAÇÔNICA UNIÃO E PROGRESSO Nº30 PARABENIZA TODOS OBREIROS DO SEU QUADRO PELO O DIA DO MAÇOM.

Alcebíades Bezerra de Paiva
Antonio Filho Araújo Guerreiro
Antonio Francisco de Azevedo de Farias
Charles Elton Sousa Aquino
Egberto Martins
Francisco Helder Freitas
Eliézio Martins Leitão
Francisco Gerardo do Nascimento
Francisco Antonio Rosa
Francisco das Chagas Bezerra Filho
Francisco do Carmo Filho
Francisco Edson de Aruuda Frota
Francisco Pinto Tavares
Francisco Marques Fontenele
Hamilton Cruz
Hamilton Timbó Dias
Izaías Ferreira Sobrinho
Johnny Hans
João Paulo
José Airton Teófilo dos Santos
José Carlos Vasconcelos
José Marinho Filho
Juvêncio Gonçalves de Freitas
Luiz de Gonzaga Martins Mourão
Michel de Castro Martins
Raimundo Olímpio Alves Távora

domingo, 19 de agosto de 2012

20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM BRASILEIRO.


Por vezes perguntamos. O que tem levado tantos homens, no mundo inteiro, a abraçar esta Instituição, seguir e difundir seus princípios?
Acreditamos que o motivo fundamental é porque confiamos nos principios sobre os quais ela foi construída: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Crer nos ideais de buscar a perfeição e praticar a beneficência. Aperfeiçoar-se e servir.
Há a lição da irmandade. O sagrado sentimento de união entre os Irmãos, que nos traz a cada sessão e nos faz permanecer num fraterno e imorredouro abraço.
Homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e a crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo.
Temos perfeita consciência de nosso papel social e da importante parcela de responsabilidade na missão de transformar o mundo, modificando, aprimorando as coisas que nos cercam.
Porque o dia 20 de agosto é considerado o Dia do Maçom no Brasil?
“Em setembro de 1918, o Irmão Antenor de Campos Moura, então Venerável da Loja “Fraternidade de Santos”, propunha ao Grande Oriente do Brasil a instituição do “Dia do Maçom”, que seria comemorado não só como um dia de festa, mas também como um dia de beneficência e de caridade.
Na data fixada, as Lojas de todo o Brasil deveriam realizar uma sessão que fosse Econômica, ou Magna de Iniciação, ou branca; não deveria ser exigido que se cumprisse um programa arcaico e muitas vezes despido de interesse.
Cada Loja que fizesse uma reunião como bem entendesse. Qualquer data poderia ser para o “Dia do Maçom”; a data poderia ser aquela em que esse projeto fosse aprovado.”
Posteriormente foi fixada a data de 20 de agosto, sendo aceita e comemorada por todos.
A explicação para a determinação do dia 20 de agosto baseou-se na histórica Sessão conjunta das Lojas “Comércio e Artes” e “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, onde o Ir Gonçalves Ledo pronunciara um discurso inflamado, fazendo sentir a necessidade de proclamar-se a Independência do Brasil, cuja proposição foi aprovada pelos presentes e registrada em ata no 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, interpretado como se fosse o dia 20 de agosto.
Na realidade, autores referem um erro histórico, dada a utilização equivocada do calendário gregoriano, ao invés do calendário equinocial, utilizado para o registro da sessão, onde o ano se inicia no dia 21 de março, que leva a reunião para o dia 09 de setembro.
O que isso tem haver com a nossa Independência em 7 de setembro?
O 20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM, foi escolhido, porque nessa data, que realmente a nação se tornou independente, por força e decisão da maçonaria.
E é uma efeméride nacional consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a Maçonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do Brasil e os Maçons de um modo geral devem reverenciar seus membros responsáveis pelas idéias e as efetivas ações, mas sempre sabedores da verdade histórica.
- Esta data consta do art.179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil e do art. 275 do Regulamento, ordenando a comemoração da data no dia 20 de agosto.
Desde 1923, encontra-se na BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO, a Certidão das Atas do Grande Oriente do Brasil, de 1822, com o título DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA, VOLUME I, LISBOA – RIO DE JANEIRO, 1923 – A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA.
Neste documento, grafa quando se refere à “Ata da Sessão de 20 do 6º mês Ano 1822”, a data correspondente no calendário Gregoriano como “(9 de setembro)”.
Em 20 de agosto de 1822, foi convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente do Brasil por Joaquim Gonçalves Ledo , em face da ausência de José Bonifácio, Grão-Mestre que se encontrava viajando. Gonçalves Ledo seu substituto hierárquico na maçonaria brasileira, profere um eloqüente discurso, na A.·.R.·.L.·.S Arte e Comércio em 20 de Agosto, onde era 1º Grande Vigilante. Expondo aos maçons presentes à necessidade de ser imediatamente proclamada a Independência do Brasil.
Por causa do discurso proferido, a proposta foi votada e aprovada por todos os presentes.
A cópia da ata dessa reunião foi encaminhada imediatamente a D. Pedro I que se encontrava também viajando e, recebeu tal decisão às margens do riacho do Ipiranga em 7 de setembro, ocasião que o Imperador proclamou a Independência do Brasil por encontrar respaldo e mesmo determinação da maçonaria brasileira.
De qualquer maneira, vamos comemorar.
Foi também instituído, em 1994, nos Estados Unidos, o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, comemorado em 22 de fevereiro, data de nascimento de GEORGE WASHINGTON, o artífice principal da independência daquele País.

sábado, 18 de agosto de 2012

O MAÇOM E SEU PAPEL HOJE E AMANHÃ.

Vimos anteriormente a ação da Maçonaria e dos maçons no torvelinho da História, maçônica e não-maçônica. Vimos também variadas concepções de Maçonaria, todas dentro do princípio de que ela é uma Instituição que contribui de fato para o aperfeiçoamento do homem. Vimos os matizes estratégicos utilizados pela Ordem para cumprir o seu papel em determinadas latitudes, alguns carregados das cores vivas da ideologia libertadora.

E hoje,à época da cibernética, da internet e do teleprocessamento de dados via satélite, que aproxima as antenas dos satélites às antenas das televisões e aos computadores domésticos, mas que nem sempre aproxima os homens, embora os contornos de seus rostos, as suas expressões de alegria, contentamento, sabedoria e dor, sejam vislumbrados por um número cada vez maior de pessoas, onde a aldeia global é uma realidade e os fatos que ocorrem nessa aldeia são vistos imediatamente por milhões de pessoas, qual é o seu papel?

A Maçonaria está declinando? Ela não influencia mais na vida sócio-política do País?

O nosso entender é que a Maçonaria como qualquer instituição contemporânea está passado por um momento de transição. Toda a sociedade contemporânea está. E essa é a melhor hora de encontrarmos o nosso caminho, a hora certa de darmos os contornos de nossa Instituição e de nós próprios, de tal maneira que o seu ideário seja preservado, visto que ele é uma das razões de sua sobrevivência, e possamos nos sentir úteis e participantes ativos do processo de desenvolvimento de nossa terra, de nossa gente e de nossa Instituição.

O maçom pode influir na vida diária de sua família, de seus amigos, de seus vizinhos, de sua cidade, de seu Estado e de seu País, utilizando o ideário maçônico como o corolário de sua vida não-maçônica e maçônica.

Esse ideário que faz com que, nas Lojas Maçônicas, estejam na mesma coluna, o mais alto personagem da sociedade e um representante da parcela mais modesta dessa mesma sociedade, ambos cingindo o mesmo avental, que reveste todos os maçons, independentemente de seus graus e qualidades.

E esse ideário, em seu aspecto mais factível, está expresso na trilogia que é a sua divisa - LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE, pois se praticarmos o exercício da liberdade, seremos livres para progredirmos, para crescermos e contribuirmos para que os outros, ao nosso derredor, também cresçam; se praticarmos o exercício da igualdade, ele nos permitirá um avanço enorme no relacionamento interpessoal, que por conseqüência, gerará uma forma de atuação em todos os níveis, onde, cada um de acordo com as suas aptidões e capacidades, pode contribuir na construção do homem-maçom e do mundo maçônico, pois somos todos obreiros da paz; e, se praticarmos o exercício da fraternidade, a nossa Instituição será unida e forte, pois o seu pressuposto basilar é o de considerar todos os maçons como irmãos, e a fraternidade é o veículo maior que proporcionará o soerguimento da Ordem, como já o foi no passado, como deve ser hoje e necessariamente, como deverá ser amanhã.

As nossas decisões no mundo não-maçônico devem refletir o ideário maçônico, pois assim estaremos contribuindo para o engrandecimento de nossa Ordem e ao mesmo tempo dando um contributo ao Estado onde a Providência nos colocou, vazado no mais puro e real patriotismo.

O papel do maçom numa sociedade moderna, ultra especializada e altamente tecnológica, é o que propõe o nosso programa de trabalho: usar a ciência e a tecnologia, que nos proporcionarão novos recursos e formas de realizarmos as tarefas diárias, sem nos afastarmos um milímetro de nossas tradições: morais, intelectuais, culturais, ritualísticas e esotéricas; cabe ao maçom no mundo não-maçônico a busca dos paradigmas, tão reclamados pela sociedade hodierna, que possam determinar a ética das relações Homem-Tecnologia, Ser-Máquina, pois assim estará contribuindo para que as grandes conquistas científicas e tecnológicas, possam servir aos objetivos traçados pela nossa Ordem, que busca a felicidade e a paz da Humanidade; que as máquinas não desumanizem o relacionamento humano, mas que possam ser ferramentas que auxiliem o progresso da Humanidade. Cabe ainda ao maçom, lutar para que as conquistas científicas e econômicas possam contribuir para o equilíbrio social, através da divisão fraternal dos bens sociais. E enfim, pugnar para que a cada um, dentro de suas capacidades, sejam dadas as oportunidades de alto-realização e do exercício consciente da cidadania, através de um processo educacional da consciência dos direitos e deveres da pessoa.

O nosso papel na Ordem, nesse limiar de terceiro milênio, pode ser desempenhado das mais variadas formas: do dedicado estudo e pesquisa dos aspectos esotéricos e iniciáticos; da busca incessante da compreensão de nosso papel social, orientada seguramente pela experiência do passado; até à prática desinteressada da filantropia, que procura minimizar a cruel desigualdade social de nossos dias.

Várias atitudes poderão ser utilizadas para contribuirmos com o início de uma tomada de posição, quanto ao atual estado de coisas que reina na Ordem Social de nosso País.

Por exemplo no campo cultural, (onde a Maçonaria atua de duas formas: - exogenamente, através das escolas ao longo de todo o território nacional, onde os seus adeptos levam o ideário maçônico para as salas de aula, do pré-escolar a universidade; e, logicamente, também pela educação endógena, a cultura maçônica pode ser vivenciada em toda a sua plenitude nas Lojas Maçônicas, as células mater da Ordem, onde o quarto de hora de estudo, ou o tempo de estudo, é a prova maior disso, e também nos setores culturais das Organizações Para-Maçônicas em todo o mundo), nós podemos desenvolver um programa de ação cultural através das Lojas e das Organizações Para-Maçônicas com a realização de Mesas Redondas, Simpósios, Congressos, Seminários; através da publicação de artigos em periódicos, como jornais, revistas e livros, e do uso da Internet, que permitam levar aos não-maçons a Ordem e o seu ideário, logicamente, dentro de sua realidade sócio-histórica, visto que da realidade esotérica e iniciática, somente os iniciados, tem condições reais de saber.

No campo filantrópico, onde nossa Ordem vem operando através dos CLUBES FEMININOS das Lojas, intensificar a presença maçônica e para-maçônica na administração dos fundos de recursos sociais estatais, que levam aos mais necessitados a assistência social, buscando através da moral e da ética da Ordem, moralizar a gestão desses recursos hoje sabidamente desperdiçados e desviados. E para atingir este objetivo, intensificar a ação política da Ordem, através do apoio aos Maçons que se candidatem, exerçam ou venham a exercer cargos públicos eletivos.

E no campo da filosofia e do aspecto progressista da Ordem, qual será o nosso papel?

Em que se configurará a nossa ação no campo filosófico? Cremos que a nossa conduta ética, dentro e fora da Ordem, na senda do ideário maçônico, pode ser a resposta para essa pergunta.

E a Maçonaria será progressista em que aspecto? Cremos que um dos aspectos do progresso na Maçonaria está em fazer crescer o homem maçom a partir do momento em que ele é iniciado, desenvolvendo o crescimento individual do Homem, Ser livre, respeitado-o como livre pensador na busca incessante da verdade, a todos ela dá o direito da expressão consciente do pensamento, com a correlata responsabilidade e pelo fato de ser adepta de um sistema de valores, por muitos considerado arcaico, pois está preso a antigas tradições, mas ai está a grande contradição, "NOVAE SED ANTIQVAE", Nova mas Antiga.

Se não fora a liberdade individual do maçom em contra ponto a manutenção das tradições da Ordem, a nossa Instituição não estaria atravessando a noite dos tempos e se fazendo presente hoje em todos os quadrantes da terra, literalmente falando. Ela nos traz algo que faz com que nos sintamos úteis e que estamos crescendo, quer seja essa percepção consciente ou não, fazendo com que alguns atinjam mais de meio século de vida maçônica.

É lógico que, no conceito crescimento, o número parece ser uma preocupação constante no mundo moderno e a Maçonaria enquanto integrante dessa sociedade não está aquém, enquanto prática, da análise numérica, embora ela não tenha se revelado salutar para a Ordem. E um fato que temos de conviver com ele, fazendo contudo um trabalho para que o objetivo numérico não supere a tão almejada qualidade de nossos quadros. A nossa meta tem que ser a qualidade, logicamente dentro das necessidades atuais da Ordem. E em nós, os padrinhos reais e potenciais, está a maior parcela de responsabilidade neste porvir maçônico. É nosso entender que o número futuro deva ser tal que possibilite o crescimento da Instituição não apenas em quantidade, mas também em qualidade, aquela qualidade que torna a Instituição respeitável, como é ainda hoje junto ao mundo não-maçom, no uso de recursos públicos, nos trabalhos filantrópicos, etc.

Mas, afinal qual é o papel futuro da Maçonaria, qual o papel do Maçom no mundo de amanhã?

Pelo que foi aqui exposto, cremos sinceramente, havermos levantado o véu que encobre os contornos do projeto que nos levará a uma ação eficaz e à efetividade de nosso trabalho no terceiro milênio, portanto é hora de ação, é hora de agirmos se quisermos a presença maçônica nos próximos milênios.

Esse agir cabe a nós, que tivemos o privilégio de termos tido antepassados que nos legaram a Ordem na qual estamos. É, no mínimo, exigido de nós, que deixemos para as gerações futuras, uma Maçonaria na qual elas também possam ver a Luz.

As ferramentas básicas nós as temos: uma Instituição eclética e universalista que abriga os mais variados matizes do pensamento humano e uma gama de homens "livres e de bons costumes". Essa condição não a encontramos facilmente nas outras organizações que permeiam o organismo social.

Meditemos a respeito de nosso futuro e peçamos ao Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, as luzes necessárias para encontrarmos o caminho, como obreiros da paz que somos, nesse mundo repleto de violência.

Os contornos do plano de nossa ação estão na e para a Ordem, na e para a sociedade e são os mesmos contornos do templo interior que deveremos construir como maçons e que nos é lembrado semanalmente pela fórmula litúrgica" ... construir templos à virtude e cavar masmorras ao vício".

Reflitamos intensa e ativamente Irmãos, sobre tudo isso que hoje analisamos, trabalhando diligentemente do "meio dia à meia noite".

domingo, 12 de agosto de 2012

Ordem Demolay inicia cinco novo membros e realiza posse do novo Mestre Conselheiro





Em sessão magna de iniciação, no Templo Maçônico da Loja União e Progresso Nº30 o Capítulo, cidade de Nova Russas-Ce, Nº335, realizou-se sessão de iniciação de novo membros,  onde deu-se início à cerimônia às 14:00, dentro dos mais estritos padrões da ritualística, sendo  presidida pelo Mestre Conselheiro Leonardo Jorge dando início a cinco novos irmãos na Ordem De Molay. São eles:
Eudes Neto
João Câmelo
Marcos Vinícius
Pedro Lucas
Luís Afonso,

A reunião contou com a presença do Mestre Conselheiro Estadual Barbosa Segundo e o Venerável eleito Ir.·.Guerreiro e os Maçons:
Michel Martins
Antônio Francisco
Charles Helton
Johnny Hans
Egberto Martins
João Paulo
Daschagas Pinto
Anderson Amâncio Or.·.Fortaleza

Após o término da  iniciação foi realizada a cerimônia de posse do Mestre Conselheiro André Luís Guerreiro, para um mandato de seis meses e contou com a presença Filhas de Jó,Leó Júnior e familiares. Ao fim da posse, foi servido salgados e refrigerantes em clima de muita descontração.

sábado, 4 de agosto de 2012

A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A História da nossa Independência está intimamente ligada com a Fundação do Grande Oriente do Brasil, Obediência Mater da Maçonaria Brasileira.

Apesar do farto material documental existente, pouco se publica sobre o papel importante, decisivo e histórico que a Maçonaria, como Instituição, teve nos fatos que precipitaram a proclamação da Independência.

Deixar de divulgá-los é ocultar a verdade e conseqüentemente ocorrer no erro da omissão, que nem a História e nem o tempo perdoam, principalmente para com aqueles nossos Irmãos, brava gente brasileira, que acreditavam, ou ainda mais, tinham como ideário de vida a Independência da Pátria tão amada.

O Objetivo principal, sem dúvida nenhuma, da criação do Grande Oriente, foi engajar a Maçonaria na luta pela Independência Política do Brasil.

Desde sua descoberta em 1500, o Brasil foi uma Colônia Portuguesa, sendo explorada desde então pela sua Metrópole. Não tinha, portanto, liberdade econômica, liberdade administrativa, e muito menos liberdade política.

Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não tinham o direito de protestar, cresceu o descontentamento dos brasileiros.

Inicia-se então as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos Nativistas, quando ainda não se cogitava na separação entre Portugal e Brasil. Estampava-se em nosso País o ideal da liberdade. A primeira delas foi a Revolta de Beckman em 1684, no Maranhão.

No início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, alguns grupos pensaram na Independência Política do Brasil, de forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu próprio destino. Ocorreu, então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela têmpera de seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817), todas elas duramente reprimidas pelas autoridades portuguesas. Em todos estes movimentos a Maçonaria se fez presente através das Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais como: "Cavaleiros das Luz" na Bahia e "Areópago de Itambé" na divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas ações individuais ou de grupos de Maçons.

I – ANTECEDENTES – As Cortes de Lisboa


A 16 de dezembro de 1815, precisamente no dia do aniversário de Dª Maria I, que estava louca, foi o Brasil elevado a Reino, através da régia carta de D. João VI, assinada no Palácio do Rio de Janeiro, e cujos dois principais artigos estabeleceram:

1) “ Que os meus Reinos de “Portugal”, “Algarves” e do “Brasil” formem d´ora em diante um só e único  Reino, debaixo do Título de REINO UNIDO DE PORTUGAL, DO BRASIL E DE ALVARAVES”;

2) “Que os títulos inerentes à Coroa de Portugal, e de que até agora hei feito uso, se substituam em todos os Diplomas, Cartas de Lei, Alvarás, Provisões e Atos Públicos pelo novo Título de – PRÍNCIPE REGENTE DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, DO BRASIL E DE ALVARAVES”, d´Aquem e d´Além Mar, em “África de Guiné” e da “Etiópia”, “Pérsia” e “Índia”.

Com efeito, o Brasil prosperava a olhos vistos. Sua grande riqueza natural determinava o célere progresso, uma ascensão vertiginosa entre as demais nações, contrastando com o notório estacionamento, senão declínio de Portugal.

Por isso, depois da volta de D. João a Lisboa, ampliou-se a política de reação a tudo quanto se tinha fundado no Brasil. A permanência de D. Pedro no Rio de Janeiro decepcionou a Assembléia das Cortes, que esperava o retorno de toda a família real e o conseqüente abandono da terra brasileira ao Governo das Juntas Provinciais, cuja formação era ruidosamente promovida em Lisboa.

Pressentiam os portugueses que o engrandecimento do Brasil ocasionaria sua inevitável emancipação política, o que seria de  resultados desastrosos para a Metrópole, que tinha nesta opulenta colônia seu maior sustentáculo econômico. Com essa clara visão do futuro, resolveram as Cortes empenhar-se em inglória batalha, no sentido de fazer o Brasil regredir, para enfraquecer-lhe o nacionalismo crescente.

As Cortes eram constituídas de 181 deputados, dos quais 72 apenas do Brasil e destes somente 46 estavam empossados. A disparidade era mais espantosa ao ter-se em conta que a população do Brasil já era maior que a de Portugal.

Descriteriosamente, porém, na sede do Reino, o total de habitantes do Brasil era considerado com base num censo realizado em 1800, antes da vinda da família real.

Afinal, em 29 de setembro de 1821, aprovaram-se os Decretos nºs 124 e 125.

O primeiro extinguia os governos provinciais independentes, restabelecendo as juntas provisórias de governo com “toda a autoridade e jurisdição na parte civil, econômica, administrativa e de polícia”, ficando subordinados às juntas “todos os magistrados e autoridades civis”. O segundo, como ponto nevrálgico, determinava o imediato regresso a Portugal do Príncipe D. Pedro.

O historiador português ROCHA MARTINS, em “A independência do Brasil”, sintetiza o fato: “Era uma situação singular de regresso ao período colonial, uma medida irritante, despótica, só própria para ferir as suscetibilidades brasileiras”.

Certamente, afigura-se o golpe na unidade do Brasil, com seu esfacelamento em várias províncias. A reação brasileira foi imediata, a partir de seus deputados em Lisboa, os quais, tendo à frente o Maçom Cipriano José Barata, lançaram-se em acirrados debates com os representantes portugueses, que procuravam esmagar pela quantidade os brasileiros. Simultaneamente, aqui, a Maçonaria inflamava o movimento emancipador, fazendo agigantar-se a consciência nacional e despertar o anseio já incontido de ver surgir um Brasil livre.

Nos redutos maçônicos, particularmente na Loja “Comércio e Artes”, que se reinstalara em 24 de junho daquele ano (1821), intensificou-se o trabalho pela organização, no reino ultramarino, de um governo livre e independente, sob a regência do Príncipe D. Pedro, que por influência dos maçons se rebelara contra os Decretos 124 e 125.

II – O CLUBE DA RESISTÊNCIA –  “O FICO”

Naqueles três meses seguintes, tal era o burburinho da nacionalidade que o Intendente-Geral da Polícia, João Inácio da Cunha, comunicou-se com o Ministro do Reino, por ofício de conteúdo sigiloso, informando-lhe da impossibilidade de agir com as tropas de que dispunha, pois estavam os seus integrantes, na maioria, filiados à Maçonaria. E terminava o ofício com o seguinte enunciado: “... o movimento da Independência é por demasia generalizado pela obra maldita dos maçons astuciosos, sob a chefia de GONÇALVES LEDO”.

Do Grupo de Gonçalves Ledo, entre outros, faziam parte, destacadamente, o Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Clemente Pereira, Frei Francisco de Santa Teresa Sampaio, José Domingos Ataíde, o coronel Francisco Maria Gordilho de Barbuda e o Capitão-mor José Joaquim da Rocha.

Núcleo da idéia de emancipação, a Loja “Comércio e Artes”, sob a liderança de Gonçalves Ledo, trabalhava infatigavelmente. Desponta, no entanto, um ardoroso patriota e maçom, o Capitão-mor José Joaquim da Rocha, e planeja o empreendimento de que resultou “O FICO”, definitivo ato de rebeldia de D. Pedro contra as Cortes de Lisboa, que insistiam em seu retorno a Portugal.

Os malsinados decretos das Cortes chegam ao Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro pelo bergantim de guerra “Infante D. Sebastião”. Precisamente nesse dia, José Joaquim da Rocha funda em sua casa o “CLUBE DA RESISTÊNCIA”, tendo como companheiros Frei Francisco de Santa Teresa Sampaio, consagrado orador da época, Antônio Menezes de Vasconcelos Drumonnd, Joaquim José de Almeida, Luiz Pereira da Nóbrega e Francisco Maria Gordilho de Barbuda. O Clube visava, precipuamente, projetar com segurança a adesão de D. Pedro ao movimento nacionalista.Para evitar a vigilância da Polícia, reuniam-se na residência de José Joaquim da Rocha, na Rua da Ajuda, e muitas vezes na cela de Frei Sampaio, no Convento de Santo Antônio, onde se realizavam verdadeiras sessões maçônicas.
José Joaquim da Rocha considerou necessária a adoção de três providências para o êxito da empresa:

1) Consulta Dr. Pedro sobre o movimento e sentir sua receptividade;
2)Convite para a adesão de José Clemente Pereira, então Presidente do Senado da Câmara;
3) Envio de emissários a São Paulo e Minas.

Gordilho de Barbuda, que era camareiro de D. Pedro, foi incumbido de auscultar a opinião do Príncipe. Recebendo a proposta com hesitação, o que era justo, em fase da grave atitude de rebeldia que ia adotar, não tardou muito a resposta de D. Pedro, que assim se expressou: “No caso de virem as representações, pedindo-me para não partir, ficarei”.

Exultante, Barbuda apressou-se em ir à casa de José Joaquim da Rocha para transmitir-lhe a resposta de D. Pedro. Encontravam-se lá os maçons Vasconcelos de Drumonnd, José Joaquim de Almeida, Luiz Pereira da Nóbrega e José Mariano de Azevedo Coutinho. Ante as manifestações de júbilo de todos, José Mariano foi incumbido de solicitar o apoio de José Clemente Pereira.

Rocha Martins, no livro citado, comenta que os patriotas do Clube da Resistência reputavam difícil a missão de José Mariano Coutinho, pois José Clemente Pereira, que era português, avia sido nomeado Presidente do Senado da Câmara por influência do General Jorge Avilez, comandante da Divisão Auxiliadora, força portuguesa de apoio às Cortes e que deveria retornar a Portugal com D. Pedro.

Mas o maçom José Clemente Pereira prestou sua inteira solidariedade ao movimento, sugerindo até que fixasse a data de 9 de janeiro para a entrega das representações de D.Pedro lhe afirmara que não hesitaria em ficar, se o pedido se fizesse através das representações do Rio, São Paulo e Minas.

Como era de se esperar, São Paulo e Minas aderiram. José Bonifácio era Vice-Presidente da Junta de São Paulo e redigiu a enérgica representação daquela Província, na qual advertia D. Pedro: “Nada menos se pretende do que desunir-nos, enfraquecer-nos e até deixar-nos em mísera orfandade, arrancando do seio da grande família brasileira, o único pai que nos restava, depois de terem esbulhado o Brasil, do benéfico fundador deste reino. Se V.A.R. estiver (o que não é crível) pelo deslumbrado e indecoroso Decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo, de certo, de um pequeno número de desorganizadores, terá também de responder, perante o céu, do rio de sangue que vai correr pelo Brasil com sua ausência...”.

Essa manifestação paulista, redigida por José Bonifácio, cegou ao Príncipe no dia 8 de janeiro.
Entrementes, o “Clube da Resistência” e a Loja “Comércio e Artes”, unem-se a pugnar na elaboração do “Fico”. Acertou-se que a palavra oficial da representação fluminense seria dirigida por José Clemente Pereira, na qualidade de Presidente do Senado da Câmara e membro da Loja “Comércio e Artes”.

Ao meio-dia de 9 de janeiro, o Príncipe D. Pedro recebeu os representantes. Em seu longo discurso, José Clemente Pereira afirmou-lhe: “Senhor, a saída de Vossa Alteza Real dos Estados do Brasil será o fatal decreto que sanciona a independência deste Reino. Exige, portanto, a salvação da Pátria que Vossa Alteza suspenda a sua partida, até nova determinação do soberano Congresso”.

Em resposta, proferiu D. Pedro: “Convencido de que a presença de minha pessoa no Brasil, interessa ao bem de toda a Nação portuguesa e conhecendo que a vontade de algumas províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as Cortes e meu Augusto pai e Senhor deliberem a esse respeito, com perfeito conhecimento das circunstância que têm ocorrido”.

Mas suas palavras não foram bem recebida. Pelos militares portugueses, porque refletiam elas o adiamento de sua partida para Lisboa e, pelos brasileiros, porque nelas não sentiram sua decisão de ficar.

Solicitada sua presença pelo povo, que prorrompeu em aplausos, D. Pedro assomou a uma das janelas do Paço e disse-lhes: “Agora só tenho a recomendar-vos união e tranqüilidade”.

Depois que todos se retiraram, verificou D. Pedro que nem aos brasileiros nem aos portugueses satisfizera. Por interferência de alguns membros do “Clube da Resistência”, que com ele mantinham estreita ligação, mandou chamar horas depois o Presidente do Senado da Câmara e determinou-lhe que substituísse a resposta que dera por esta: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto: diga ao Povo que fico”.

No dia 11, o General Jorge Avilez, Comandante da Divisão Auxiliadora, convocou oficiais de vários corpos de tropa e, entre eles, ficou assentada a volta de D. Pedro para Portugal, como ordenaram as Cortes. Combinaram, também, que para levantar toda a tropa seria necessário espalhar a notícia de que aquele General havia sido destituído do comando pelo Príncipe. Assim o fizeram. À noite, soldados portugueses percorreram as ruas, dirigindo insultos aos brasileiros e provocando distúrbios. Boatos começaram a circular, alarmando a cidade.

D. Pedro naquele momento estava no Teatro São João, quando chegou a seu conhecimento a agitação das ruas. Imediatamente, chamou o Brigadeiro Carreti e ordenou-lhe que mantivesse a ordem. Carreti deixou o teatro,voltando momentos após, para comunicar a D. Pedro que os soldados já estavam recolhidos. Os patriotas do “Clube da Resistência” colocaram D. Pedro a par de todas as ocorrências, pois mantinham vários agentes espalhados pela cidade. A peça do teatro terminara, quando veio informação de que a tropa de Avilez se  movimentava para cerca-lo. D. Pedro, acompanhado dos membros do Clube e de oficiais brasileiros, seguiu para São Cristóvão. Ao chegar na Quinta de Boa Vista, providenciou a ida da família para Santa Crua.

Em conseqüência de enfermidade adquirida na longa viagem a Santa Cruz, veio a falecer o filho de D. Pedro, o príncipe João Carlos, de 3 anos.

Decepcionado com o malogro do plano para deter D. Pedro no Teatro, mas nutrindo, ainda, a idéia de forçá-lo a cumprir as ordens das Cortes, Avilez determinou que a tropa portuguesa tomasse posição no Morro do Castelo, de onde passaria a dominar toda a cidade. No dia 12 pela manhã, enquanto a tropa de Avilez se encontrava em atitude ameaçadora, chegaram ao Campo de Santana as forças de 1ª linha, que ficaram fiéis ao Príncipe, regimentos de milicianos e batalhões patrióticos organizados pelo “Clube da Resistência”. Por toda a parte os movimentos da reação se multiplicavam. Arranjaram-se de improviso as armas possíveis do momento: espingardas velhas, trancas, cacetetes e até cacos de garrafa. Todos queriam combater.

Às oito horas da manhã, D. Pedro chegou ao Campo de Santana, sendo aplaudido. Chamou o Capitão-tenente José de Lemos Viana e ordenou-lhe que dissesse a Avilez que embarcasse com sua tropa para Lisboa. O General respondeu-lhe que não lhe atenderia, porque suas ordens contrariavam o que as Cortes haviam decidido. À tarde, D. Pedro mandou o General Xavier Curado entender-se com Avilez. O acordo foi estabelecido. Avilez passaria imediatamente com sua tropa para a Praia Grande, sujeitando-se às ordens do Príncipe e recebendo o soldo devido, juntamente com a tropa, até sua viagem para Portugal.

No dia 5 de fevereiro, Avilez foi intimado a deixar o Brasil. Determinou D. Pedro que, se não o fizesse, perderia o direito ao soldo e à comida. Avilez não embarcou. No dia 9, Dr. Pedro para bordo da Fragata “União” e mandou dizer-lhe que, se na manhã do dia 10 não começasse a embarcar sua tropa, iria atacá-lo. Na manhã do dia 10, Avilez iniciou o embarque e, no dia 15, zarpou do Rio de Janeiro.

Depois do vitorioso episódio do FICO, o “Clube da Resistência”, sob a direção de José Joaquim da Rocha, foi transformado em “Clube da Independência” e, mais tarde, na Loja “9 de janeiro”.

III – REPERCUSSÃO NAS LOJAS MAÇÔNICAS – A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE

Prosseguiu desenvolvendo-se, intensamente, o movimento da emancipação política, sempre com a iniciativa dos maçons. Mário Melo, em seu livro “A Maçonaria no Brasil”, anota que ninguém era iniciado nas Lojas Maçônicas sem que fosse conhecida sua opinião sobre a Independência do Brasil e os candidatos assinavam um termo de compromisso de defendê-la.

No dizer do historiador Assis Cintra, “a independência era fatal, era um fruto maduro pendente da árvore, prestes a ser colhido. Em todos os recantos fervilhava o ardor patriótico. Nas Lojas Maçônicas, generais, doutores, juizes, almirantes, funcionários públicos, capitalistas, fazendeiros, artífices e até padres dos mais ilustres desse tempo, conspiravam” (v. “Na Margem da História”).

Em abril de 1822. estava D.Pedro tão enfeitiçado pelo Brasil que escreve a Antônio Carlos, deputado paulista às Cortes de Lisboa, havendo na carta o seguinte trecho: “Eu o conheço como o mais digno deputado americano; conheça-me a mim como o maior brasileiro, e que pelo Brasil dará a última gota de sangue”.

Domingos Alves Branco Muniz Barreto, em sessão da loja “Comércio e Artes”, propôs que se desse ao Príncipe um título conferido pelo povo, de “Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil”. A idéia foi aprovada por todos e marcaram a data de 13 de maio, dia do Aniversário de D. João VI. D. Pedro disse que aceitava o Título, mas sem o “Protetor”, apenas como “Defensor”.

Avançava, desse modo, a evolução política para o 7 de setembro de 1822, tudo temperado e argamassado nas disposições cada vez mais fortes das Lojas Maçônicas.

Gonçalves Lêdo, Januário Barbosa e Clemente Pereira lançam a idéia da convocação de uma Constituinte e solicitam uma audiência a D. Pedro, por intermédio de seu ministro José Bonifácio. Inteirado do objetivo da audiência, D. Pedro escreve a D. João VI expressiva carta, mostrando-se francamente favorável à idéia dos maçons. Diz D. Pedro ao Rei: “É necessário que o Brasil tenha Cortes suas: esta opinião generaliza-se cada dia mais. O povo desta capital prepara uma representação que me será entregue para suplicar-me que as convoque, e eu não posso a isso recusar-me, porque o povo tem razão, é muito constitucional, honra-me sobremaneira e também a Vossa Majestade, e merece toda sorte de atenções e felicidade. Sem Cortes, o Brasil não pode ser feliz. As leis feitas tão longe de nós por homens que não são brasileiros e que não conhecem as necessidades do Brasil, não poderão ser boas. O Brasil é um adolescente que diariamente adquire forças, deve ter em si tudo quanto é necessário (...), é absurdo retê-lo debaixo da dependência do velho hemisfério”.

Gonçalves Ledo e Januário Barbosa redigiram o projeto e, no dia 3 de junho, publicou-se o Decreto firmado pelo Príncipe Regente e José Bonifácio, “convocando a Assembléia Geral Constituinte e Legislativa, composta de deputados das Províncias do Brasil, novamente eleitos na forma das instruções que em Conselho de acordarem e expedidas com a maior brevidade”.

IV  - O IMPERADOR MAÇOM – “INDEPENDÊNCIA O MORTE”
Era preciso, ainda, fazer maçom o Príncipe D. Pedro. José Bonifácio já lhe falara da Maçonaria, da ação de Gonçalves Ledo e outros líderes maçônicos.

Não seria ele o primeiro Príncipe a conhecer os preceitos da Ordem. Reis e Imperadores, na Europa, haviam sido maçons. Assim, a 13 de julho de 1822, foi aprovada sua proposta de admissão, endossada por José Bonifácio. A 2 de agosto, D. Pedro era iniciado na Loja “Comércio e Artes”, “ardendo em curiosidade, a fantasia despertada pelo mistério de um rito perfumado de magia oriental” – como escreve Pedro Calmon, em “A Vida de D. Pedro I”.
Recebeu o nome histórico de “Guatimozim”. Mas, por que “Guatimozim” e o que significava isso? Trata-se do último imperador Asteca morto em 1522, conforme conta-nos, parabolicamente, o historiador Rocha Martins, em sua obra “A Independência do Brasil”:

“Era uma vez, nos tempos recuados de 1697, um imperador azteca, de Anahuac, México... Vieram de longe, de 1522, os conquistadores e ele, de armas em punho diante do Cortez audaz que lhe queria tesouros. Ele, o filho do Rei Ahintzot, sucessor do Irmão de Montezuma II, deixara reclinar o seu corpo em brasas, preferira ser chagado sobre as grelhas rubras, que os soldados conduziam como se fossem inquisidores; ser martirizado, sofrer as mordeduras do lume nas suas reais carnes antes que dizer aos bárbaros onde ocultava as opulências, as riquezas e as magnificências do seu império”. “E D. Pedro, regente, devia meditar muito no simbolismo, na realeza, nos carvões candentes”.

Da iniciação ao Grão-Mestrado, o certo é que o ingresso de D. Pedro na Maçonaria resultou de sua mais íntima ligação com a causa de independência.

Foram os maçons que o proclamaram Imperador e, em conseqüência, a própria libertação política do Brasil, em sessão de 20 de agosto do Grande Oriente do Brasil, quando D. Pedro se encontrava em viagem para São Paulo.

Na verdade, como afirmam em uníssono os historiadores, maçônicos e profanos, no 20 de agosto de 1822, Gonçalves Ledo propôs e se aprovou por unanimidade “que fosse inabalavelmente firmada a proclamação de nossa independência e da realeza constitucional na pessoa do augusto príncipe”.

Aliás, o próprio Ledo, em vibrante artigo no “Revérbero”, já o concitara antes: “Príncipe! Não desprezes a Glória de ser o fundador de um novo império”.
Em nota à margem do livro “História da Independência do Brasil”, de Adolfo Varnagem, escreve o Barão do Rio Branco. “No dia 23, em outra sessão, ainda presidida por Gonçalves Ledo, continuou-se a discussão. Por proposta sua, foram nomeados os emissários, que deviam ir tratar a aclamação nas diferentes províncias, entre eles, Januário Barbosa, designado para ir a Minas. João Mendes Viana, para Pernambuco, e José Gordilho de Barbuda, para a Bahia. Vários maçons ofereceram as somas necessárias para as despesas de viagem”.

Assim, na tarde de 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, D. Pedro limitou-se com seu gesto a promulgar o que já fora resolvido a 20 de agosto no Grande Oriente do Brasil.

Perguntam-se, entretanto, os escritores da história: Que papéis foram aqueles recebidos por D. Pedro, de que foram portadores Paulo Bregaro e Antônio Cordeiro? Nenhum documento esclarece quais os papéis que, “... pouco mais ou menos às 4 e meia da tarde”, D. Pedro recebera das mãos do Major Cordeiro e do Correio Bregaro. Por que tantos documentos secretos foram divulgados e só aqueles que impeliam D. Pedro a proferir o brado histórico não se publicaram. Que segredos, que assuntos tão misteriosos continham eles? Se a própria correspondência confidencial entre D. Pedro e D. João tornou-se do conhecimento público, o que impediria que outras pessoas se inteirassem dos papéis entregues a D. Pedro e que, depois, os divulgassem?
Gustavo Barroso, com sagacidade, alvitra que deve ter sido entregue a D. Pedro alguma prancha do Grande Oriente do Brasil, aconselhando-o a assumir aquela atitude. D. Pedro, indócil e voluntarioso, atendeu às recomendações da Maçonaria.

Nem quanto ao grito teria ávido originalidade. Segundo Adelino de Figueiredo Lima, em “Nos Bastidores do Mistério”, “INDEPENDÊNCIA OU MORTE” era a denominação de uma das “palestras” da sociedade secreta “Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz”, conhecida por “Apostolado”. Sabe-se, hoje, que essa sociedade foi fundada por José Bonifácio. D. Pedro era, com o título de Archonte-Rei, o presidente, sendo José Bonifácio, já então Grão-Mestre da Maçonaria, seu lugar-tenente. O “Apostolado”, a que também pertenciam outros maçons ilustres, possuía rituais próprios, liturgia bastante severa e sinais e palavras de reconhecimento, exprimindo motivos patrióticos, o que evidenciava os fins políticos da sociedade.

A organização se assentava sobre três colunas fundamentais (“Palestras”), que por sua vez orientavam e dirigiam as pequenas assembléias locais (“Decúrias”). As “Palestras” constituíam três poderes distintos, correspondendo a primeira (“Independência ou Morte”), à “Alta Venda” do sistema carbonário; a segunda (“Firmeza e Lealdade”), à Cabana”, e a terceira (“Pátria Redimida”), ao que a antiga nomenclatura revolucionária européia chamava “Barraca”.José Bonifácio, que viajou por todos os países onde a “Carbonária” lançara seus tentáculos, deixara-se empolgar pelo sistema de organização da poderosa sociedade, mas procurou simplifica-la de acordo com a viabilidade nacionais.

Indiscutível, afinal, é que a independência política de nossa terra foi, certamente, assinalada com o FICO, em 9 de janeiro, declarada pela Maçonaria em 20 de agosto e consagrada em 7 de setembro, com o brado do Maçom D. Pedro.

Disse-o bem Gustavo Barroso, em sua obra “História Secreta do Brasil”: “A Independência do Brasil foi realizada à sombra da Acácia, cujas raízes prepararam o terreno para isso”.

Uma dezena de tomos e ainda menos o tempo desta sessão seriam insuficientes para registrar todos os fatos que vieram a culminar com a emancipação política do Brasil, em 1822.  Desse marco da História, contenta-nos a possibilidade de rememorar, hoje, a breves toques de buril, emocionantes feitos de uma plêiade de homens admiráveis, maçons como nós, mas intérpretes sagrados dos ideais da liberdade, magníficos patriotas, como já, infelizmente, não se vêm mais.