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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sobre o Sigilo Maçônico.

Os símbolos são um ponto focal para a crença de muitas pessoas de que a maçonaria detém informações ”clandestinas”, para as quais o resto do mundo não tem acesso.As pessoas sabem pouco sobre a Maçonaria, simplesmente porque não sabem para onde olhar. Na realidade, a suspeita que paira sobre a Maçonaria deve-se mais à falta de publicidade do que uma conspiração anti maçônica deliberada. 
Na longa história da Maçonaria, nada causa tanta controvérsia como o compromisso da Ordem com o sigilo. Este único fator tem gerado rumores tão fantasiosos a ponto de se tornarem mitos. Produzindo sátira, desconfiança e, por vezes, a exposição da Ordem ao ridículo. O sigilo leva a uma mística que tanto ajuda quanto prejudica a instituição, de uma forma tão subjetiva que só pode ser imaginada.
Infelizmente, esta mística não é inteiramente benigna. Enquanto os Irmãos desfrutam da fraternidade, o público é deixado para imaginar o que se passa por trás das portas fechadas do Templo. A imaginação é uma ferramenta poderosa, e por isso as características que tornam a Maçonaria atraente para os seus membros dão origem a uma grande variedade de imagens fantásticas para os não iniciados.Algumas pessoas que vêem a Maçonaria do lado de fora acreditam tratar-se de uma organização sinistra. Nos Estados Unidos, por exemplo, ainda é comum pessoas acreditarem que a Loja é um lugar onde o sussurro de uma reunião noturna se transforma em políticas de governo no dia seguinte e onde os homens podem ganhar poder através do conhecimento da “palavra secreta”, e não através de eleições populares.
Esta visão não é difícil de entender. O simples fato de alguma coisa ser escondida aflora a curiosidade. E uma organização que preserva o seu sigilo certamente evoca imagens de conspiração e atividades proibidas.
A questão é que a falta de explicação só provoca o leigo, que é então, deixado para especular sobre o significado de nossas vestimentas peculiares, os emblemas que as decoram e nossos símbolos e alegorias. 
Mas quando examinamos o fenômeno, começamos a vislumbrar a real natureza do segredo maçônico: Como a Maçonaria percebe a sua relação com o público em geral é o cerne da questão.A partir da iniciação somos levados a entender os significados dos símbolos e as tradições a que se referem, mas prestamos pouca atenção ao aspecto singular do simbolismo.
E rapidamente tornamo-nos confortáveis com a situação, tão rápido quanto perdemos de vista o fato de que o grande público vê tudo isso de uma forma diferente.
Este tipo de percepção se manifesta de uma maneira tangível: Ao longo dos anos, a crítica à Maçonaria tem se tornado uma indústria. Existem diversos críticos dedicados a entregar sua mensagem anti maçônica.  Eles aparecem em televisão, escrevem cartas a editores, artigos e livros, todos voltados para um público que muitas vezes parece fascinado pelos contos sensacionalistas que são o estoque do comércio anti maçônico.  Mas o que pensamos de tudo isso?  Como seria de se esperar, não passa despercebido.
Mas este tem sido um debate interno. Raramente divulgamos nossa preocupação. O leigo, ao não ouvir respostas, é induzido ao erro pelo silêncio e pela indiferença. 

No entanto, o debate é real e consciente.
Se por um lado podemos questionar a necessidade de manter o sigilo abrindo a Maçonaria à opinião pública, afinal o mercado já é farto de material de livre acesso, por outro lado é importante lembrar que o sigilo é parte integrante do ofício.Os “segredos” da Maçonaria são elementos simbólicos intimamente envolvidos com os ensinamentos maçônicos. Mudar isso alteraria a natureza básica da Ordem.
Isto porque somos ensinados a valorizar as tradições representadas por um elaborado sistema de símbolos e alegorias.
 A maior parte da mística, é claro, não tem nenhuma substância.  Ela surge a partir de uma confusa falta de informação combinada com uma tentativa evidente de escondê-la.
Parece, então, que um breve estudo sobre qualquer uma das várias histórias gerais da Ordem seria suficiente para dissipar a maior parte do mal entendido que tem se edificado em torno dela.  Mas aí reside outro problema.
Um ou dois bons livros sobre Maçonaria seriam suficientes para esclarecer uma série de mal entendidos, mas apenas se o leitor entender e acreditar no que está escrito.  Como sabemos, a boa literatura maçônica não basta ser lida, deve ser interpretada.Outro ponto importante é que uma rápida pesquisa de livros sobre maçonaria revela diferentes e contraditórias descrições da organização. Um livro descreve a Maçonaria como uma organização nobre que promove os mais elevados valores morais. Outro descreve-a como um sistema anti-cristão. Obviamente nem tudo o que tem sido escrito sobre a Maçonaria pode ser verdade.  Muitas obras devem ser imprecisas, mesmo as que tentam explicar as origens da Ordem, visto que podemos encontrar literaturas que defendem a evolução do ofício a partir das guildas de pedreiros medievais, outras imputam o crédito aos Templários ou aos Egípcios. Há até quem já tenha visto os primórdios da maçonaria no Jardim do Éden...
O fato é que qualquer um de nós, dos quais se espera conhecer ao menos parte da verdade, será sempre duramente pressionado para dizer qual é qual.
Durante séculos, as pessoas têm tentado descobrir as origens da Maçonaria. Talvez grande parte deste trabalho tem sido em vão por estarem procurando por uma organização antiga, que evoluiu para a fraternidade moderna.  Mas a Maçonaria nunca foi uma única organização. Ela sempre foi tradição.
Uma das características de uma alegoria é a de que ela não fornece respostas.  É, afinal, apenas um veículo de comunicação por símbolos. E os símbolos apenas apontam a atenção na direção certa.  O resto é com o indivíduo.
E sob este prisma, o Maçom é livre para interpretar as lições da Loja como quiser. O ritual convida-o a fazê-lo uma vez que é repleto de lendas e, por vezes, situações que dão margem à interpretações diferentes.
Assim, ao usar o livre arbítrio, qualquer indivíduo maçom pode concluir que as lições são destinadas para separar ou unir, que por exemplo nossos sinais, toques e palavras são concebidos para receber um Irmão, ou simplesmente excluir um não iniciado.
E isto é tanto uma lição quanto um aviso. Nós, Maçons modernos, temos o espírito e a reputação da Ordem em nossas mãos. Assim, seremos os mocinhos ou os bandidos, dependendo da maneira como interpretamos o ritual e da nossa capacidade (ou falta dela) de argumentar sobre a Ordem com o público em geral. A escolha é nossa.
O fato é que tanto o nosso compromisso com o sigilo quanto os argumentos dos críticos são baseados em um ponto de vista comum. Esse ponto de vista liga o Maçom ao seu crítico em um vínculo que talvez seja até mais forte que a ligação maçônica de fraternidade. Ele promove a intolerância e a exclusividade.  É o contraponto do espírito benevolente que a Maçonaria ensina desde os seus primórdios.Infelizmente muitos dos que estão envolvidos com a maçonaria, sejam maçons ou seus críticos, não se informam além do básico. Satisfeitos com o que encontram na superfície deixam de perceber o significado subjacente a tudo. E assim, um sistema que foi cuidadosamente construído para unir as pessoas é muitas vezes usado para mantê-las separadas (o maçom do seu crítico).
Dizer a um homem alguma coisa, qualquer coisa, e então adverti-lo que é um segredo é a melhor maneira de separá-lo das pessoas ao seu redor. Isto obriga-o a escolher entre esconder seu conhecimento dos outros e trair aquele que o deu a ele.Seguros que estamos na crença de que não fazemos nada de sinistro, não vemos razão para corrigir o que não consideramos errado, mas no final, é provavelmente muito melhor entender uma coisa e debater seus desdobramentos, do que ser mistificado por ela.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O primeiro Iniciado no Mundo

As pessoas adstritas ao simbolismo ou pouco versadas na  simbologia debocham e riem do Reverendo James Anderson (1680-1739) atribuindo a ele a frase: "Adão foi o primeiro maçom, iniciado por Deus no paraíso".  Se verificarmos o texto original de "The Constitution of The Fraternity of Accepted Free Masons" (Constituições de Anderson, 1723) veremos que Anderson escreveu o seguinte:
 
"Adão, nosso primeiro Antepassado (first Parent), criado a partir da Imagem de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, deve ter tido as Ciências Liberais, especialmente a Geometria, escritas em seu Coração (written on his Heart) pois mesmo desde a Queda, encontramos os Princípios dela nos Corações de seus descendentes e que nos processo do tempo (in process of time), têm sido depuradas em um conveniente Método de Proposições, pela observação das Leis da Proporções..."
 
O estudo do simbolismo e a simbologia parecem ser a mesma coisa. Mas são diferentes, tanto pelo objetivo quanto pelo método. Os expertos (e espertos) em SIMBOlismo restringem-se à expressão e à interpretação de símbolos. Já a SIMBOLOGIA estuda esses mesmos símbolos pelo prisma aprofundado do humanismo. James Anderson era  mestre em artes e doutor em teologia. Quando redigiu a Constitution of Free Masons, Jean Théophile Desaguliers estava ao lado dele.  Desaguliers era membro da  Royal Society de Londres, assistente de  Isaac Newton, professor de filosofia, inventor do planetário e terceiro GrãoMestre da  Grand Lodge of England, entre 1719 e 1720, e um dos pais da moderna maçonaria. Os textos atribuídos a James Anderson foram compilados sob a supervisão de Desaguliers. Rir de Anderson é um apanágio daqueles que estão à altura de rir da simbologia, dos graus acadêmicos M.A. e D.D. que o Reverendo possuía, do prestígio da Royal Society e da fundação da moderna maçonaria.
 
Partamos do princípio de que as ordens iniciáticas têm por objetivo despertar o  potencial interior do ser humano e auxiliá-lo na redescoberta de sua relação com o Cosmos. Consideremos que cada pessoa seja portadora dos arquétipos que promovem sua evolução - arquétipos e leis  escritos em seu Coração. Nada há de cômico ou risível na afirmação simbólica do Dr. James Anderson. Pelo contrário: é trágica a perspectiva de que o homem seja um vazio destituído de qualquer base sobre a qual possa sustentar seu templo interior. As etapas para se alcançar o conhecimento partem daquilo que vem antes ("a priori", em latim) e são, no caso da afirmação de James Anderson, uma anterioridade lógica sustentada nas noções de: 1) um Mestre primordial (Deus  ou Imagem [representação] de Deus); 2) uma transmissão de potencialidades básicas (iniciação); 3) um recipiendário (Adão ou, se preferirem, nossos primeiros pais - first parent); 4) uma escola (templum - paraíso) preparado para aquele remoto cerimonial.
 
Quem estuda SIMBOLOGIA reconhece na afirmação do Dr. James Anderson os  quatro pontos necessários para a comunicação de um pensamento sob forma figurada  - uma ciência livre (liberal science) em especial as justas e perfeitas proporções (Geometria) gravadas em seu íntimo (Coração). O Adão a que Anderson se refere é o admah hebraico ou "criatura feita da mãe-Terra". O Deus Iniciador é o (ainda) Desconhecido e Inefável.
 
A comunicação alegórica (iniciação no paraíso) deve ser compreendida mediante vários aspectos: num primeiro estágio da inteligência, o objeto comunicado passa pelas funções psíquicas da  percepção e do  julgamento: vejo  isso; isso é bom ou é mal!  - alegoria da árvore do conhecimento do bem e do mal.  No segundo estágio, mais evoluído, ocorre a decomposição do objeto através da razão  - o que é  isso? como é isso?  No terceiro, há uma transcendência, pela contemplação e pela iluminação, daquilo que foi comunicado - é o daqui para onde. Se não conseguimos conceber o conhecimento primordial, a forma de transmissão havida "a priori" (tempo) e uma objetividade factual (espaço) é porque estamos formal e prematuramente iniciados. Se não temos a percepção, o julgamento e o raciocínio superior, não podemos contemplar em conformidade com os três estágios mencionados. O despertar daquele potencial interior torna-se impossível e o reencontro do homem com o transpessoal, uma utopia.
 
É verdade que convivemos com pessoas que, apesar de terem recebido a iniciação apenas formal, negam os princípios da transmissão primordial. Por causa disso o formalismo e o ritualismo tendem a suplantar o conteúdo filosófico nas Ordens e nas Lojas que as compõem.
 
Por outro lado, é justamente nessa relação entre o Mestre primordial (D'us) e o recipiendário inocente (adão/adam/adamah) que reside a tradição judaica, os cânones da cabala e sua relação mais íntima com as iniciações (especialmente a maçônica). Vou além: mesmos as religiões  - monoteístas ou politeístas  – partem de princípios idênticos ao  Bereshit hebraico seguido do  Adam Kadmon  - homem arquetípico ou  anthropos  - elementos cuja verdadeira compreensão e  realização determinam o nível de evolução alcançado pelo discípulo, pelo aprendiz e pelos que almejam a maestria. Religiosos ou não, mesmo os mais radicais, céticos e materialistas admitem um  process of time - processo do tempo nas palavras de Anderson, que equivale aos enunciados da evolução.
 
Quando o Dr. James Anderson sugeriu que Adão fora o primeiro maçom, iniciado por Deus no paraíso, ele quis expressar a seguinte verdade: o homem traz dentro de si (written on his Heart) as ferramentas necessárias para construir uma relação harmoniosa com seus semelhantes (templo-outro), com o templo-planeta e o templo-universo. Todo aquele que bate nos portais da Iniciação é um Adão (Adamah) que retoma um lugar entre nós, na oficina do Cosmos, dispondo-se a utilizar os instrumentos de trabalho  - "especialmente a Geometria", diz Anderson referindo-se alegoricamente à Moral das justas e perfeitas proporções entre o homem e seu meio.
 

sábado, 5 de janeiro de 2013

As Religiões e a Maçonaria.

Desde a antiguidade, por religião entende-se a relação do homem para com Deus ou com o divino. A religião assenta na diferença essencial que existe entre o homem e o animal, pois os animais não têm nenhuma religião. A diferença entre o homem e o animal consiste na consciência, na qual o homem tem por objeto de sua reflexão sua própria essência, sua própria espécied. Esta consciência pode converter em objeto outra realidade, outras coisas, de modo especial, seu próprio ser. Sinal disso é o pensamento, a linguagem e o amor humanos. Essa diferença entre o homem e o animal não só fundamenta a religão, mas também seu próprio ser infinito. isso está sua verdade.
Por outro lado, a falsidade da reigião está em o homem tornar independente de si mesmo ou seu próprio ser infinito, separando-o e apondo-o como diferente de si produzindo a bipolaridade Deus e Homem.
O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que o cerca levaram o homem a fundar diversos sistemas de crenças, cerimônias e cultos - muitas vezes centrados na figura de um ente supremo - que o ajuda a compreender o significado último de sua própria natureza.
O ser humano é uma criatura instintivamente religiosa.
Deus é o nosso mais forte arquétipo. As religioes com seus princípios e orientações para a busca do superior, do divino, de Deus e de suas leis, auxiliam extraordinariamente o campo íntimo das criaturas que as aceitam. Mas será sempre necessário pratircar e exemplificar os ensinos edificantes e não somente frequentar os templos e executar as cerimônias exteriores dos cultos religiosos.
A primeira missão das religiões é provar que existe um Deus que nos criou e que, se o nosso corpo físico é perecível, a nossa alma é eterna. Provar também que Deus, pela sua imensidade, está em tudo que existe. E sobre o respeitoque devemos ter por Deus e a reverência que a Ele devemos consagrar. As religiões foram sempre um conjunto de práticas pelas quais os homens simples procuram alcançar a amizade de Deus, os bens supremos da saúde, da força, da paz, da riqueza. Há a que se aplica especialmente em purificar a idéia de Deus e em afirmar a indestrutibilidade do espírito humano; outra em mostrar a existência de uma Ordem Universal realizando-se por Leis; outra ainda, em exaltar o sentimento do dever ou amor ao próximo e a compaixão por todas as criaturas.
Os valores religiosos verdadeiros, quando não deturpados em sua essência, constituem-se em poderosos incentivos para o crescimento e iluminação das almas, por sugerir-lhes, através da fé e da esperança, melhores condições no pensamento e nas ações.
A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um PRINCÍPIO CRIADOR, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo.
Em si própria a Maçonaria não é uma religião. Mas por isso mesmo que se abre a todos os homens, sem distinção de crenças religiosas. Coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias filosóficas, e acima de todas as suas controvérsias, para fazer da liberdade de pensamento o seus fundamento. tem o direito de enaltecer o que cada Religião produziu de melhor.
O pensamento essencial de nossa liturgia é utilizar todas essas criações do passado, ou pelos menos, uma parte de suas lendas, de seus simbolos, de suas cerimônias, para delas tirar os elementos de um sistema destinado a pôr em evidência as qualidades e as virtudes mais necessárias ao homem: a prática da solidariedade, a justificação da tolerância, a apologia do dever e do trabalho, o recurso incessante às luzes da razão e da consciência, a fé na liberdade e no progresso, a convicção de que, antes de tudo, convém caminhar de acordo com o poder que guia o munda pela harmonia e para a retidão.
A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição, sem que os outros nada tenham a censurar-lhes.
O maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens. Sejam eles critãos, budistas, muçulmanos, judeus, espíritas ou livres pensadores.
Àquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a maçonia diz: "Aqui ningém te interpelará pela tua crença, nem te injuriará".
Nossa Instituição coloca, em primeiro plano, a prática da tolerância ou da solidariedade, visando mais particularmente ou a glorificação do trabalho ou o culto da vontade ou da Justiça. O iniciado pode assim contemplar alternativamente diversas fases do ideal a que aspira, aprendendo aos poucos, que deve procurar mais longe, e mais alto ainda, a plenitude da vida superior que deseja atingir subindo a escala das Iniciações Maçonicas.
Diz-se que a Maçonaria não deve pronunciar-se entre as filosofias, nem entre as Religiões. É exato. Entretanto, ela não pode se desinteressar das conclusões gerais que comportam o movimento do espírito. Ficando inteiramente alheia às disputas das Escolas e das Seitas. Deve, se quiser, execer influência moral sobre seus adeptos, orientá-los no domínio do intelectual para um fim conforme as necessidades e as aspirações de seu tempo.
A Maçonaria, sempre ávida pela verdade, sempre pronta a aceitar as mais ousadas descobertas das ciências, não impondo limite ao livre exame, ela fica, na esfera do dever, profundamente idealista e soberanamente intransigente. Nisso reside a doutrina de que se pode prevalecer, sem faltar a seus princípios de tolerância e de universalidade.
Enquanto muitos se apegam ao que julgam ser a verdade conquistada, o Maçom persistem em prosseguir certo de que ela existe em alguma parte e que está prestes a ser acolhida de onde quer que venha.
A Maçonaria tem seus objetivos em comum com a religão porque o objetivo de ambas é a verdade, no sentido mais alto da palavra, isto é, enquanto Deus, e somente Deus, é a verdade.
A verdade é o todo é o absoluto a este é Deus. Como todo, só e pensável e atingível pela mente humana.
A Maçonaria não é adversária da religião, mas antes, é a sua melhor cooperadora. Porém, condena o fanatismo, a obsessão religiosa, a corlice. Não tolera a hipocrisia.
Resumindo, o principal dever do maçom em matéria de religião é o da prática da tolerância absoluta em relação às crenças alheias, no elevado intuito de, a despeito dos seus antagonismos, aproximar todos os homens de boa vontade, sob a bandeira da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.