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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Sessão Magna de Iniciação em Crateús.

A Loja Maçônica União e Progresso Nº30, através do seu Ven.·. Antônio Filho Araújo Guerreiro, Gr.·. Del.·. Eliézio Martins Leitão e o Sec.·. Michel de Castro Martins prestigiaram uma sessão magna de iniciação no último dia 15 de Dezembro de 2012 as Lojas Maçônica Deus e Crateús Nº20 e Liberdade e Justiça Nº103 ambas do Oriente de Crateús. Os trabalhos foram presididos pelo Ven.·. Carlos Alberto da Silva. Na oportunidade, foram recepcionados três novos maçons. Os trabalhos realizaram-se de forma eficaz e de comprimento dentro da ritualística. Ao final dos trabalhos foi realizado um ágape fraternal.























segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal da Loja União e Progresso Nº30.


Obrigado Senhor por nos ter permitido atravessar mais um tempo em nossas vidas, mantendo-nos firmes em nosso desiderato de “Tornar Feliz a Humanidade”. Foi difícil? Quase irrealizável? A resposta está em Goethe:
"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o Universo conspira a seu favor".
Expressar gratidão eleva nosso espírito, nos aproxima do Sagrado e faz renascer o Divino que habita cada um de nós, seja qual for nossa confissão de fé, pois ele reside na Esperança, no Amor, na crença e no desejo de fazer o outro feliz.
Envolvidos pelo mistério da Ressurreição, aproximamo-nos da conclusão de mais um ciclo existencial. É tempo de reavaliar nossos propósitos e expressar de forma contundente nossa Fraternidade, nossa Solidariedade para com todos, fazendo de nossos exemplos o norte para as mudanças que pretendemos implementar na sociedade. Venham ou não os resultados externos, nossa consciência tem que estar tranquila.
Ao reverenciar, em mais este Natal, o mistério da chegada do Mestre dos Mestres entre nós, possamos sentir verdadeiramente o quanto ele tem sido benevolente para com todos; possamos entoar louvores ao G.·.A.·.D.·.U.·. por essa graça.
Que a Luz Renovadora deste Natal possa nos guiar em busca das oportunidades que o Ano Novo nos trará.
Ven.·. Antonio Filho Araújo Guerreiro
Gr.·.Del.·. Eliézio Martins Leitão

domingo, 16 de dezembro de 2012

Maçons da Cavalheiros Spartanos Entregarão Duas Comendas na Sua Festa de Confraternização.

A Comenda José Fausto Guimarães será outorgada a mais duas personalidades juazeirenses por ocasião do jantar de confraternização da Loja Maçônica Cavalheiros Spartanos N º 85 de Juazeiro do Norte. Será na noite deste sábado nas dependências da Fundação Antonio Fernandes Coimbra (FAFEC), no bairro Aeroporto, sob a coordenação do Venerável Mestre Eliseu Bispo Filho. Os agraciados serão o empresário Tico de Souza da Cajuína São Geraldo e o ex-venerável Antonio Nivaldo Parente.

As escolhas partiram dos próprios maçons e tiveram como base os “valorosos serviços prestados por ambos ao soerguimento da terra de Padre Cícero”. A festa promete ser das mais con! corridas já se constituindo em uma confraternização de fim de ano dessa loja maçônica. O Venerável Eliseu Bispo faz questão ainda de destacar o nome da comenda que representa uma homenagem a Fausto Guimarães que chegou a Juazeiro alguns anos antes da morte de Padre Cícero procedente de João Pessoa (PB).

O pai dele era coletor federal e o rapaz era membro da maçonaria, sendo apresentado à sociedade pelo seu genitor logo fazendo amizades com os comerciantes Modesto Costa e Alfeu Alboim, únicos maçons residentes em Juazeiro. Em pouco tempo, Fausto foi convidado pelo Padre Cícero para ser seu secretário particular, pois, na época, o caldeirão político e religioso estava fervendo em todo o País e o sacerdote era consultado nas decisões políticas do Estado e do País.

Por esta razão, mantinha um! secretário com o qual dialogava constantemente, tomand! o conhec imento das notícias dos jornais, ficando a par de todos os acontecimentos. Numa dessas conversas, Padre Cícero sentiu nas idéias políticas, sociais e filantrópicas do seu secretário, que o mesmo era conhecedor de uma filosofia milenar que só a maçonaria pregava. O sacerdote então deixou claro que não era contra a maçonaria.

Entretanto, fazia certas restrições pedindo que, naquele momento, não fixasse a maçonaria em Juazeiro. Obediente, Fausto abriu uma loja em Crato. Com a morte do “Padim” em 1934 veio a fundação, no ano seguinte, da Loja Maçônica Cavalheiros Spartanos sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil. Pelo seu pioneirismo, Fausto Guimarães tornou-se nome da principal comenda da loja.

Colaboração do Ir.·. Francisco Antônio Martins Mourão.
 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Luiz Gonzaga e Seu Profundo Respeito à Maçonaria.

Tão importante para a divulgação da música nordestina, Luiz Gonzaga também exerceu papel fundamental para o desbravamento da maçonaria no Sertão pernambucano. Utilizou a influência que tinha para liderar o grupo que fundaria a Loja Maçônica Força da Verdade, em 1988, a primeira do Exu. Doou o terreno para a construção do imóvel, comprou materiais e deu dinheiro para ajudar a levantar a casa, localizada na Rua Joaquim Ulisses. Na maçonaria, o Rei do Baião encontrou o ambiente ideal para satisfazer a maior das suas necessidades: ajudar os mais pobres.Entrou para a organização 49 anos atrás, quando ainda morava na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. Foi apadrinhado por Florentino Guimarães. Luiz Gonzaga começou a participar dos encontros ali mesmo, na loja Paranapuã, localizada próximo a sua residência. Trabalhou para conseguir telefone, escola, luz e estrada de asfalto para Miguel Pereira, onde possuía propriedade. Como maçom, chegou apenas ao terceiro grau, dos 33 níveis possíveis. Mesmo não sendo frequentador assíduo, devido à série de compromissos, participava dos encontros nas cidades em que visitava, durante as andanças de sanfoneiro pelo Brasil. "Todo canto que chegava e tivesse uma loja maçônica, ele fazia questão de se apresentar, visitar e ajudar. Nós já fomos para Fortaleza, Recife e João Pessoa, e todas foram testemunhas da presença de Luiz Gonzaga", conta o maçom Almir Oliveira de Amorim, 49, ex-funcionário do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe) no Exu.Da amizade com Almir, iniciada em 1976, anos mais tarde surgiria a ideia de mobilizar outros sete irmãos maçons para fundar a primeira loja maçônica do município. "Foi ele quem nos incentivou, deu apoio, buscou gente fora. Aqui éramos poucos maçons e, para abrir a loja, precisávamos de mais pessoas. Buscou gente em Ouricuri e em toda a região. Foi ele o ponto decisivo para inaugurar a loja no Exu", destaca Almir, que foi o responsável por abrir a conta do artista no Bandepe. Inaugurada a loja, um ano antes da morte do Rei, as reuniões no Exu começaram a se avolumar de gente, vinda de toda a região, sendo necessária a transferência dos encontros semanais da quarta para a terça-feira. A generosidade que marcou o artista também pode ser vista nas reuniões maçônicas. Amigo íntimo, Almir conheceu bem a personalidade do sanfoneiro. "Gonzaga era uma pessoa uniforme, uma sumidade em pessoa. Era equilibrado, otimista, incentivava a turma para trabalhar direitinho, pela sociedade, pelo povo, pelos mais pobres, pelos velhos. Ele tinha essa visão social", recorda o amigo de Gonzagão.Pouco tempo depois do falecimento do Rei, a Força da Verdade passou a se chamar Loja Maçônica Luiz Gonzaga. Em vida, o sanfoneiro compôs a música Acácia Amarela, na parceria com Orlando de Silveira. A canção, segundo os maçons entrevistados, é toda escrita em códigos, só possível de ser decifrada por quem é maçom ou por quem já participou da maçonaria um dia.
Maçonaria
Diferente do que muitos possam pensar, a organização não é uma instituição religiosa. "É uma instituição filantrópica, não vinculada a religiões. Não tem distinção de raça e credo entre os participantes", lembra o maçom Jonildo Soares de Oliveira, da Loja Maçônica Luiz Gonzaga. Ele explica o porquê dos encontros serem realizados a portas fechadas.

"As reuniões são secretas para que não haja interferências do mundo profano naquelas ideias. Fazer reunião aberta é coisa pra político. A maçonaria não tem pretensão alguma de divulgar o que faz". Jonildo resume o objetivo da organização, nascida no Velho Continente. "É uma instituição que tem por objetivo tornar a humanidade feliz, pelo amor, pela tolerância, igualdade, respeito à autoridade e à crença de cada um".

Atualmente, existem cerca de seis milhões de maçons espalhados pelo mundo. No Brasil, há aproximadamente 150 mil membros e 4,7 mil lojas.

Se fosse vivo Ir.·. Luiz Gonzaga faria 100 anos e o País celebra seu legado.


Brasil comemora hoje o centenário do Ir.·. Luiz Gonzaga . Num tempo em que a produção artística era focada no eixo sul - sudeste, coube a uma voz acompanhada de sanfona amolecer a aridez e hostilidade da caatinga em forma de música. Luiz Gonzaga detinha a arte de inserir melodia em enredos sobre a condição desfavorável da terra onde nasceu. O Brasil comemora 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga e celebra o legado deixado por um dos maiores ícones da história artística brasileira.Não sem consistentes motivos, a obra de Gonzaga é lembrada mesmo após 23 anos de sua morte. As suas músicas lideram rankings das mais tocadas até hoje. Acrescentam-se o ineditismo; a forma como ele conseguiu representar através de um estilo a cultura, os costumes, o jeito de seu povo. Causou revolução no imaginário brasileiro quanto ao nordeste, aproveitando o bom momento dos meios de comunicação à época e apresentando o sertão como um dos vários “brasis”.Gonzaga influenciou o nordeste, ou o nordeste influenciou Gonzaga? Quando você percebe que muita gente ainda se perde ao responder a pergunta, é sinal do quão importante foi a existência dele para a formação cultural e identidade nacional. Gonzagão e sertão confudem-se.

História

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912 na cidade de Exu, em Pernambuco, filho dos lavradores Januário José Santos e Ana Batista de Jesus, esta mais conhecida como Santana. Ainda na infância, Luiz costumava ajudar o seu pai tocando zabumba em festas pela região, pegando desde cedo o gosto pela coisa.

O amor chegou ao coração de Luiz Gonzaga causando-lhe alguns problemas. Aos 18 anos, seus pais descobriram que ele estava se envolvendo com a filha de um coronel da cidade, que dele não gostava. A surra foi grande. A tristeza por não se casar com Nazarena levou Luiz a fugir de casa e se alistar no exército em Crato, no Ceará. Após um tempo viajando pelo país como corneteiro do exército, deu baixa e foi para o Rio de Janeiro.

Chuva e sol / Poeira e carvão / Longe de casa / Sigo o roteiro / Mais uma estação / E a saudade no coração

“Eu vou mostrar pra vocês/Como se dança o baião/E quem quiser aprender/É favor prestar atenção”. Chegando na capital fluminense, não demorou muito para Gonzaga se tornar Gonzagão e popularizar o forró, o xote e o baião, ritmos que até hoje têm nele como precursor.

Registros biográficos apontam que o gatilho para o crescimento da carreira de Luiz veio com a apresentação dele em um programa de Ary Barroso, em 1941, onde tocou a instrumental “Vira e Mexe”, vindo ela também a ser a sua primeira gravação. Ouça abaixo a música completa.

No sudeste, o inventivo cantor já era considerado o maior representante da música nordestina no País, com sucessos que começavam a ganhar o mundo. O crescimento mais vertiginoso aconteceu quando foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, permitindo a ele alcance e destaque ainda maiores. Através de sua obra, os brasileiros redescobriam o nordeste em ritmo e melodias que traziam a significação sertaneja de uma maneira nova. Gonzaga não deixava de tratar dos problemas enfrentados pelos seus conterrâneos, mas dava-lhes roupagem pura e singela. Era um retrato poético de uma realidade sofrida, muitas vezes em versos temperados com esperança e saudade, como retratado em 'Asa Branca'.

E foi justamente a saudade que fez Luiz Gonzaga voltar para o sertão. O motivo era uma visita à sua família, que continuava morando em Exu desde que ele fugiu de casa. O resultado do encontro com seus pais, Januário e Santana, rendeu a famosa música 'Respeita Januário'. “Luiz respeita Januário / Luiz, tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso e com ele ninguém vai, Luiz / Respeita os oito baixo de seu pai”. Essa e outras estórias são contadas no programa De Lá Pra Cá, da TV Brasil.

Gonzagão também teve um filho, popularmente conhecido como Gonzaguinha. A relação entre os dois durante a infância do menino não foi das melhores. A amizade foi de fato firmada quando Gonzaguinha resolveu seguir os passos do pai e também se tornou músico. Eles chegaram inclusive a fazer juntos uma turnê pelo Brasil. A história de Gonzagão e Gonzaguinha foi tema do programa Musico grama, também da TV Brasil.

“Luiz Gonzaga é Iniciado, na Maçonaria, na A.·.R .·.L .·.S.·. “Paranapuan” Nº: 1477, do Grande Oriente do Brasil, Or.·. da Ilha do Governador/RJ, do Rito Moderno” ou “Francês”. Aprendiz Maçom: em 03 de abril de 1971
Tendo como seu “padrinho” o Ir.·. Florentino Guimarães, membro do quadro da Loja Paranapuan.
Grau de Companheiro Maçom: Elevado em 14 de dezembro de 1972
Grau de Mestre Maçom: Exaltado em 05 de dezembro de 1973.
Na Maçonaria dos Altos Graus ou Filosóficas, foi iniciado no Grau 4, em 29 de agosto de 1984. No Subli .·.Cap.·. “Paranapuan”, jurisdicionado ao Supremo Conselho do Brasil para o R.·.F.·.A.·.A.·..

A música Acácia Amarela foi composta em 1981; o Irmão Luiz Gonzaga achou oportuno fazer uma homenagem a Maçonaria e elaborou a letra e o tema musical. O Irmão Orlando Silveira deu algumas sugestões e harmonizou a melodia. Encerrado os trabalhos a música foi incluída no CD “O Eterno Cantador” do selo BMG-RCA, com arranjo de Orlando Silveira e vocal de Luiz Gonzaga.
Luiz Gonzaga morreu em Recife, em 02 de agosto de 1989. Foram cerca de 60 anos de carreira, 1.538 gravações de 633 canções, que incluíram parcerias como a de Humberto Teixeira. Vira figura mítica mesmo depois de morto, com repertório que até hoje figura entre os principais registros da música brasileira.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Grande Luz.

Não é, com certeza sabido, quando realmente ocorreu. Se num tão remoto passado, que até a lembrança foi encoberta pelas brumas do tempo, se mais recente mas perdidos os registros devido ao caráter sigiloso ... o fato é que em algum momento do passado o homem começou a perceber que era por demais valioso o Dom da vida ostentando uma peculiaridade ainda mais valiosa e fascinante que é a inteligência, o conhecimento, o saber.
E começou então uma busca no sentido de resguardar o que já se sabia para transmiti-lo de geração em geração através dos bancos genéticos do saber de seus membros e também de aumentar a capacidade do saber, pois via o homem, como até hoje acontece, uma infinidade de possibilidades que decorrem do fato de apoderar-se do conhecimento.
Sentia o homem a necessidade de organizar esta situação. Organizá-la em conjunto. E foi assim se instituindo a partir de frágeis comunidades no início, o que hoje se chama de Maçonaria. Surgiu duma necessidade no sentido de organizar o conhecimento. De agrupar os elementos considerados como sendo portadores de conhecimentos mais apurados, de vivência mais rica em saber.
Assim, a partir de insipientes passos titubeantes começou a se consolidar o esboço do movimento que envolveria o mundo como uma teia de infiltração duradoura e silenciosa, a Maçonaria.
Ao avolumar-se o corpo da ordem pela profusão de elementos participativos gradativamente se engajando em suas fileiras, começaram a se delinear as regras que permitiram fosse a ordem respeitada e caracterizada em seus objetivos, comportamentos e também se fez a conceituação necessária a reger o ingresso na ordem.
E como em todos os movimentos grupais em que o número de participantes começa a ficar significativo, quão mais não quando de caráter mundial, passou a ordem a ter dificuldades na unidade, na coesão dos elementos participativos, dificuldade natural do acomodamento de todos os princípios, de todas as diferentes linhas comportamentais.
E inevitavelmente surgiram os cismas. Correntes paralelas se formando dentro da ordem mantendo objetivos comuns, mas seguindo seus Obreiros trilhas diferentes por julgarem de bom alvitre portarem-se doutra forma. Mas absolutamente nada deve ou deveria influir no entrelaçamento dos Irmãos das correntes diferentes que se formaram, originando Rituais específicos segundo tradições regionais diversas, costumes outros ou mesmo dificuldades peculiares de determinadas áreas de atuação.
Vem a ser, e assim deve ser encarado, como um fato absolutamente natural. Mas o que deve ser mantido comum é o que aqueles primeiros seres humanos, os quais num intento de perpetuar e aumentar o saber, instituíram fundamentados sobre colunas ostensivamente fortes, belas e sábias. Deverá este princípio ser resguardado incondicionalmente, quer fira ou não nossos interesses pessoais.
Quer agrade ou magoe devem os princípios básicos da ordem ser resguardados, sob pena de que isto não respeitado, a ordem como um todo bata as colunas, por permitir o caráter de individualidade, quando a Maçonaria é essencialmente universal e mística, sem dono, sem um comandante. Deverão os princípios da ordem estar inexoravelmente acima de qualquer vício ou costume fugaz de determinada Loja, introduzido perniciosamente ou desavisadamente pelo continuísmo ou pelo marasmo intelectual.
É neste particular que também reside grande parte da força da Maçonaria, o poder de iluminar seus Obreiros conseguido e mantido pelas luzes das Lojas. As luzes vivas que incansavelmente deverão erguer-se do Oriente para iluminar com saber os Obreiros indicando-lhes os caminhos a serem seguidos até o Ocidente.
Nos auspícios desta situação de iluminação abundante e profusa é que se fundamenta a Loja, que é a célula viva do grande corpo místico chamado Maçonaria. Assim sendo, como uma célula de qualquer ser vivo precisa de muita energia, assim a Loja necessita da iluminação abundante proporcionada pelas suas grandes luzes que harmoniosamente deverão distribuir dentre os Obreiros esta luz a iluminar constantemente os caminhos a serem trilhados.
E a ninguém mais de direito e obrigação cabe a incumbência de espargir esta luz do que àquele por todos nós consignado como sendo o Mestre por excelência, e em conseqüência o Mestre Venerável.
E a esta luz não chamaria em hipótese alguma de ocupação ou cargo, que poderia deixar transparecer a idéia de uma incumbência meramente oficial de coordenação dos Trabalhos em Loja. E não é absolutamente esta a posição do Venerável. Ele é antes de mais nada uma verdadeira situação de combustão com conseqüente liberação de energia, de desfragmentação de possíveis correntes, de iluminação das situações em Loja as quais venham a se refletir no comportamento dos Obreiros também na vida profana.
Deverá estar intrínseca a capacidade do Venerável de ser carismático no sentido de ser obedecido com doçura e benevolência.De ser acatado com modéstia. De ser realmente aquela luz que brilha soberana e calma no Oriente da Loja. Poderia-se dizer que o Venerável Mestre é a posição que culmina uma vida maçônica orientada para o humanitarismo e para as metas da ordem e não o galgar seqüencial inconseqüente dos degraus que se projetam no ascender de cargos da Loja.
O Venerável Mestre não ocupa tão-somente cargo, ou desempenha determinada função na Loja. O Venerável Mestre existe como a apoteose de uma vivência maçônica. Ele não ocupa, não desempenha, não coordena, ele simplesmente "É" a própria luz, na Loja, em função da qual existe e não pode por ninguém este faixo de luz ser obliterado.
O Venerável Mestre deve ser aquilo que todo Maçom teria por objetivo, por meta a alcançar ao longo de sua vida maçônica. E esta meta será alcançada se o Venerável atuante conduzir a contento seus Obreiros derramando-lhes em profusão o que de mais importante se pode objetivar, a luz da sabedoria.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pronunciamento do Senador Mozarildo Cavalcante.Homenagem ao maçom Francisco Murilo Pinto, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, falecido em 2001‏.

Sr. Presidente, este pronunciamento que eu faço hoje seria melhor que fosse feito em janeiro. Mas, em janeiro, estaremos em recesso ou em férias parlamentares. Então, resolvi fazê-lo no dia de hoje, até porque a próxima semana será uma semana atribulada, com várias votações, inclusive a do Orçamento. Esperamos, portanto, aproveitar esta sessão leve para fazer uma homenagem a uma figura importante para o Brasil e muito importante para o Grande Oriente do Brasil, a potência maçônica à qual pertenço e a potência maçônica mais antiga do Brasil, fundada em 1822, com o fim específico de fazer a independência do Brasil.
Na verdade, o primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil foi José Bonifácio, Ministro do Imperador, chamado Ministro do Reino, e também Conselheiro do Imperador, que, junto com outros irmãos maçons que pertenciam também ao Gabinete do Imperador, mostrou ao Imperador a importância de ser maçon. Inclusive, esses irmãos que citei tinham saído do Brasil para estudar na Europa, onde eles obtiveram, vamos dizer, o envolvimento com as ideias iluministas da liberdade, da igualdade, da fraternidade, da idéia clara de que todos os homens e mulheres nascem iguais e têm iguais direitos.
Portanto, convenceram o Imperador de ingressar no Grande Oriente do Brasil. Logo em seguida, fizeram-no Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. Portanto, D. Pedro I foi o segundo Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil e foi justamente na reunião de uma loja maçônica com outras presentes que ficou acertado, com o Imperador, que o Brasil faria a sua independência de Portugal.
Já vi alguns historiadores dizerem que, ao contrário dos nossos vizinhos que guerrearam, derramaram sangue para obter a sua independência — por exemplo, os nossos vizinhos hispânicos guerrearam com a Espanha, no caso —, nós não guerreamos. Pode-se dizer, como alguns dizem, que foi uma independência acordada de pai para filho, já que o Rei de Portugal era pai do Imperador do Brasil.
Na verdade, isso demonstra até a capacidade maçônica de se obter vitórias através do diálogo, da concordância e do respeito à diferença de ideias. Lá mesmo, naquele momento, existiam duas correntes dentro da Maçonaria que defendiam formas diferentes de o Brasil fazer a sua independência. Existiam aqueles que queriam proclamar a República logo de imediato, como foi feito, por exemplo, na Venezuela, com derramamento de sangue, e em outros países que são os nossos vizinhos aqui na América do Sul. Mas prevaleceu aquela corrente que queria a independência, uma independência através de uma monarquia. Portanto, fazendo uma coisa gradual, de forma que atingíssemos o objetivo que queríamos, que era nos tornar independentes de Portugal e, gradualmente, ir consolidando a nossa independência.
Então, recapitulando aqui, a Maçonaria, lá no seu nascedouro, através do Grande Oriente do Brasil, fez a independência do Brasil, com o seu Grão-Mestre D. Pedro I. Depois, D. Pedro I, ao deixar o grão-mestrado, justamente porque havia essa luta muito forte entre republicanos e monarquistas, resolveu se afastar por um período e José Bonifácio voltou a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, sendo Ministro e Conselheiro do Imperador. Portanto, um homem muito ocupado.
Mas a imagem que quero hoje aqui ressaltar é a de um homem mais atual, que é o nosso irmão Francisco Murilo Pinto, que foi na nossa relação de Grão-Mestre — pode haver alguns historiadores que vão divergir dessa relação, não fui eu que a inventei; tirei de um livro maçônico. O Dr. Francisco Murilo Pinto, que foi Juiz e Desembargador em São Paulo, foi o 33º. Simbolicamente, o de número 33. Por que ele foi o 33º? Porque alguns grãos-mestres anteriores a ele — citei aqui já o José Bonifácio, mas vários — tiveram dois mandatos consecutivos. Então, portanto, individualmente, ele foi o 33º.
E quem era Murilo Pinto? Nome completo: Francisco Murilo Pinto.
  Francisco Murilo Pinto nasceu em 1929, em Fortaleza (CE) [— portanto, coincidentemente, conterrâneo do meu pai —], e fez toda a sua vida universitária e profissional na cidade de São Paulo. [Como sói acontecer com muita gente do Norte e do Nordeste deste País.] Magistrado desde 1963, aposentou-se no cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Foi iniciado [na Maçonaria] a 2 de dezembro de 1978, na Loja Maçônica “Universitária”, de Bragança Paulista (SP). Foi eleito Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil no ano de 1993, tomando posse a 24 de junho daquele ano, como Grão-Mestre titular eleito e — contando com adjuntos em exercício e interinos (…).
Graças ao seu trabalho à frente do Grande Oriente do Brasil, foi reeleito pelo povo maçônico em 1998, vindo a falecer a 21 de janeiro de 2001, em pleno exercício do mandato.
 
Portanto, nem bem no meio do seu segundo mandato, veio a falecer.
 
A gestão do irmão Murilo, no Grande Oriente do Brasil, foi dirigida a três objetivos principais: o aumento das relações maçônicas internacionais; o fortalecimento dos Grandes Orientes estaduais e o incremento da cultura maçônica.
 
Eu vou repetir porque sei que hoje estão nos assistindo muitos maçons pelo Brasil afora, como também os não maçons.
Eu pertenço àquele grupo de maçons que entende que a Maçonaria não deve ser uma Maçonaria fechada para a sociedade, porque, assim, nós não estaremos colaborando com a sociedade, não estaremos cumprindo o nosso papel que cumprimos no passado, quando falei aqui da Independência. Também fizemos a Abolição da Escravatura. Também fizemos a Proclamação da República. E também vou dizer que o próprio Marechal Deodoro, que comandou a Proclamação da República, era Ministro do Imperador D. Pedro II. Portanto, não era um homem aposentado. Ele, o Marechal Deodoro também, sendo Grão-Mestre, fez com que, nessa sequência, a Maçonaria estivesse à frente de todos os acontecimentos importantes para a nossa Pátria, até então.
Vou repetir os principais objetivos, por sinal, três principais objetivos: o aumento das relações maçônicas internacionais, o fortalecimento dos Grandes Orientes estaduais e o incremento da cultura maçônica.
 
No terreno das relações com as demais Obediências, o Grande Oriente do Brasil assistiu a um período de intensa atividade, quando o total de Tratados de Mútuo Reconhecimento e Amizade com outras Organizações Maçônicas mais do que duplicou em relação ao que foi encontrado, e quando foi iniciada a série de Tratados com as Grandes Lojas Estaduais Brasileiras — começando com a Grande Loja Maçônica de São Paulo —, pondo fim a uma situação velada de hostilidade, que durava mais de 70 anos.
 
Vejam bem. Aqui também é bom esclarecer, porque muitas pessoas que nos assistem não são maçons, mas isso está nos livros de história escritos por maçons ilustres, que estão nas livrarias e qualquer pessoa pode acessar, e eu, sempre que falo da maçonaria, principalmente no dia 20 de agosto, quando fazemos uma sessão solene de homenagem à Maçonaria brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom, faço questão de dizer que a Maçonaria não tem nada de sociedade secreta. Ao contrário, é uma sociedade que tem acumulado, nos seus ensinamentos, a sabedoria de milênios, de vários séculos, e que pode ser resumida em alguns princípios, como o amor à família. Aqui, por exemplo, eu sempre ressalto que não conheço outra instituição em que um homem, para entrar para uma instituição, dependa da concordância explícita de sua esposa. E nós, que somos acusados de sermos um grupo apenas masculino, temos essa situação, quer dizer, nós dependemos da concordância da mulher para entrarmos para a Maçonaria. Por quê? Porque a maçonaria valoriza como item número um a família, que é, como já é um jargão, a célula mater da Pátria.
Então, nós valorizamos a família, temos, por consequência, um amor profundo pela nossa Pátria e pregamos, sobretudo, a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre todos, independentemente de religião, de cor, de etnia. Nós realmente buscamos essa unidade.
E aqui, quando estou falando de que o irmão Murilo colocou fim a, pelo menos, uma falta de entendimento entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja, começando pela de São Paulo, é bom que se frise que primeiro surgiu o Grande Oriente do Brasil. Depois, irmãos do próprio Grande Oriente do Brasil resolveram fundar, criar aqui as Grandes Lojas, que são uma outra potência maçônica, frutos, vamos dizer assim, de uma cisão do Grande Oriente do Brasil. Mas o irmão Murilo buscou fazer com que isso fosse esquecido e, principalmente, que nós nos uníssemos, de maneira muito fraterna, como era nosso objetivo.
  Quanto ao fortalecimento dos Grandes Orientes nos Estados, o Grão-Mestrado Geral incentivou e contribuiu, criando, assim, as condições necessárias para que os Grandes Orientes se estruturassem, construindo suas sedes próprias, os que ainda não as tinham, e, consequentemente, fortalecendo também as lojas jurisdicionadas.
 
Isso é muito importante para nós, maçons, porque é bom que se explique que o Grande Oriente do Brasil é estruturado mais ou menos como é o nosso País. Ele tem o equivalente a um Presidente da República, que é o Grão-Mestre Geral, tem um equivalente ao Vice-Presidente da República, que é o Grão-Mestre Geral Adjunto, e tem, nos Estados, o equivalente aos governadores, que são os Grão-Mestres estaduais, e tem também o equivalente, vamos dizer assim, aos prefeitos, que são os Veneráveis Mestres.
Mas acontece que ele, Murilo Pinto, notou que tudo era muito concentrado, digamos, na Presidência da República, no Grão-Mestrado Geral, e tratou de fazer esse fortalecimento dos Grandes Orientes estaduais. E eu me recordo muito bem, eu que sou de um Estado pequeno, de uma Maçonaria relativamente jovem, embora eu seja de uma loja que é, até pelo seu número, não é uma loja tão nova. Então, isso foi muito importante.
  Como exemplo [só para exemplificar essa ação de fortalecimento], citamos o Grande Oriente do Brasil-Paraná, que, como forma de agradecimento e reconhecimento, homenageou o Soberano Irmão Murilo, colocando o nome no suntuoso edifício de sua sede de Grão-Mestre Geral Francisco Murilo Pinto. No terreno cultural, as realizações foram imensas, pois, segundo o Soberano Irmão Murilo, só através da evolução cultural, é que poderá voltar a Maçonaria a ter o lugar de destaque social que já apresentou no passado.
 
Isso é muito importante, porque esses nomes que eu citei e alguns que ainda vou citar aqui foram, como eu disse, pessoas brasileiras que foram estudar na Europa e que voltaram, portanto, com uma cultura geral muito boa, sobretudo, a cultura da liberdade, da igualdade, da fraternidade, como já disse.
  E foi nesse terreno que foram implantadas ideias virgens no Grande Oriente do Brasil. Assim, foi criada a Revista Cultural Minerva Maçônica; foi criado o Conselho Federal de Cultura; foram implantados rituais de todos os ritos, com base em estudos fundamentados em publicações originais e em literatura fidedigna; foram concretizados o Museu Maçônico e a Biblioteca do Grande Oriente do Brasil em Brasília, sendo-lhes dadas feições de modernidade em administração bibliotecária e museológica; foi descentralizada a cultura maçônica e levada, através da criação de curso itinerante — o Curso Integrado da Maçonaria Simbólica do Grande Oriente do Brasil — a praticamente todo o País. Por isso, Francisco Murilo Pinto passou à história como o Grão-Mestre da integração maçônica nacional e internacional e da evolução cultural, binômio que colocou o Grande Oriente do Brasil, novamente, no caminho de seus elevados destinos.
  Aqui, Sr. Presidente, ao homenagear um exemplo de maçom que foi Grão-Mestre, portanto, dirigente maior do Grande Oriente do Brasil, eu quero também mencionar — não vou ler todos, vou pedir a V. Exª que, depois, considere como lido, mas vou ler alguns — exemplos de maçons que foram Grão-Mestres Gerais do Grande Oriente do Brasil, portanto, a autoridade máxima administrativa do Grande Oriente: José Bonifácio, já citei, que era Ministro do Reino e Conselheiro do Imperador; D. Pedro I, que foi Imperador; Antonio Francisco Holanda Cavalcanti, que foi Deputado Federal, Senador e Ministro, portanto, não era um homem desocupado; Miguel Calmon du Pin e Almeida, que foi Visconde, Marquês e Diplomata; Luís Alves de Lima e Silva, que foi Senador e Primeiro-Ministro; Bento da Silva Lisboa, Barão e Diplomata; Joaquim Marcelino de Brito, Deputado e Ministro; José Maria da Silva Paranhos, que foi o famoso Barão do Rio Branco, que fez um trabalho muito importante de reconhecimento das nossas fronteiras; Francisco José Cardoso Júnior, Marechal e Deputado; Luiz Antônio Vieira da Silva, Deputado e Senador; João Batista Gonçalves Campos, jornalista e advogado; Manuel Deodoro da Fonseca, nosso Marechal Deodoro, que foi Marechal e Presidente da República; Antônio Joaquim de Macedo Soares, advogado e juiz; Quintino Bocaiuva, que foi Ministro e Senador; Lauro Nina Sodré, mais conhecido como Lauro Sodré, que foi Governador do Pará e Senador da República; Francisco Glicério de Cerqueira Leite, que, embora tenha sido um Grão-Mestre interino, era Ministro também; Nilo Peçanha, que foi Senador e Presidente da República; Mário Marinho de Carvalho Behring, que era funcionário público; Vicente Saraiva de Carvalho Neiva, Ministro do Superior Tribunal Militar; João Severiano Hermes da Fonseca, General e médico; Octávio Kelly, Deputado Estadual e jornalista; José Maria Moreira Guimarães, General e Deputado Federal; Joaquim Gonçalves Neves, advogado; Benjamin Sodré, Almirante; Cyro Werneck de Souza e Silva, Advogado; Moacyr Arbex Dinamarco, médico e produtor; Osmane Vieira de Andrade, odontólogo; Osires Teixeira, Deputado Estadual e depois Senador que foi o responsável por trazer para Brasília a sede do Grande Oriente do Brasil, que originalmente era no Rio de Janeiro, no conhecido Palácio do Lavradio; Jair Assis Ribeiro, empresário de Goiânia; Enoc Vieira, Deputado Federal; Francisco Murilo Pinto, que homenageamos hoje, juiz e desembargador; Laelsio Rodrigues, industrial em Sorocaba, no Estado de São Paulo, que, portanto, não sendo um homem desocupado, foi um excelente Grão-Mestre; e o atual Grão-Mestre Marcos José da Silva, servidor público aposentado.
O que eu quero dizer ao Brasil, aos telespectadores da TV Senado, aos ouvintes da Rádio Senado é que eu, como tantos outros que aqui estão nesta tribuna de honra, mas também aqueles que aqui não estão e nos assistem, nós sonhamos em ter um Grande Oriente do Brasil, que está bem, do ponto de vista de que tem feito um bom trabalho, mas que pode fazer muito mais, principalmente em função do capital humano que tem, tanto dos irmãos maçons que são de diversas profissões. Eu sou médico, mas existem economistas; meu filho, por exemplo, é Juiz de Direito e é maçom; tenho um genro que é Procurador do DF e é maçom. Nós temos profissionais de todas as áreas; economistas, administradores, empresários, todos os tipos. E não é como alguns pensam, que a Maçonaria só aceita quem é rico. Ao contrário, exigimos apenas que quem entra para a Maçonaria tenha condições de poder contribuir, primeiro. com as obrigações quequalquer instituição cobra de seus associados, e, depois, com as obras sociais que a Ordem faz. O fundamental é que, com tanta história no passado, nós não estejamos no presente, hoje, com tanta coisa por fazer e não estejamos sabendo usar esse capital humano que temos, dos irmãos, das esposas dos irmãos, que chamamos de cunhadas e que fazem um trabalho magnífico em uma instituição chamada Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul, e, na verdade, eu até diria, fazem muito mais no ponto de vista de serem invisíveis pela sociedade do que nós, maçons homens. Eu quero, portanto, dizer que é muito importante termos a consciência de que sentimos de norte a sul, de leste a oeste, que é chegada a hora de o Grande Oriente do Brasil fazer mais, avançar mais, poder mais, porque se temos essas coisas que citamos como feitos importantes da nossa história no século XIX, o mesmo não podemos dizer do século XX e mesmo no século XXI, onde já gastamos mais de uma década. Portanto, o que queremos é, de fato, uma instituição harmônica com as suas coirmãs — vamos dizer assim —, as grandes lojas, o Grande Oriente Independente, a Comab, para que possamos fazer um trabalho mais forte em benefício da sociedade em vários campos, no campo moral, no campo ético, no campo social. O mais importante é que a gente possa, de fato, dar passos mais arrojados. Ousemos mais.
E nesse sentido, nós teremos, em março, a eleição para o grão-mestrado geral do Grande Oriente do Brasil, e pelo menos quatro chapas deverão disputar essas eleições. Tenho certeza que serão eleições disputadas dentro dos nossos princípios de fraternidade com os irmãos candidatos que pensam ou têm enfoques diferentes sobre como conduzir a nossa instituição, respeito a essas idéias divergentes, tolerância com as dificuldades que podem existir entre pensar de um jeito e pensar de outro. Mas nós, maçons, nos chamamos de livre pensadores. Portanto, é bom que pensemos diferente, mas que tenhamos um objetivo comum, que é o de bem servir à humanidade, que é de fato, como fizeram os nossos irmãos no passado, transformarmos a nossa sociedade.
E eu quero aqui registrar que o irmão Sérgio Soares, que está ali na tribuna de honra, é candidato a grão-mestre adjunto do Grande Oriente do Brasil, na chapa em que eu tenho a honra de ser o candidato a grão-mestre geral.
Espero que as quatro candidaturas postas possam de fato fazer um bom debate, um debate aberto, um debate sincero, que as eleições possam transcorrer de maneira bem correta, e nós possamos ter avanços, porque, na verdade, nós queremos sempre fazer progressos na Maçonaria. Mas nós queremos fazer, sobretudo, que a Maçonaria volte a ser uma instituição que possa estar, como esteve lá no início do nosso País, com a Independência, a Proclamação da República e a abolição da escravatura… Que nós possamos ser agentes atuantes, agir inclusive de maneira moderna, como exige o século XXI, e que nós possamos de fato, qualquer que seja o vencedor, fazer esse desafio de melhorar cada vez mais a nossa atuação, porque se há uma coisa que faz mal ao ser humano, Senador Gurgacz, é o conformismo, é a acomodação com o que está, como se já tivéssemos atingido o patamar máximo do nosso trabalho.
Martin Luther King disse que o que mais assusta não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. E nós, na Maçonaria, não podemos ficar silentes, diante, por exemplo, do que nós estamos assistindo no Supremo Tribunal Federal, um julgamento histórico contra uma corrupção, que todos nós sabemos que existe. Mas eu ouço pessoas de bem, pessoas que têm capacidade de interagir dizerem: Isso não tem jeito, não. Isso é assim mesmo. Todo mundo que vai para lá é desse jeito. Todo mundo é corrupto. Todo mundo… Então, aos nos conformarmos com isso, ficamos em silêncio e não temos, portanto, bandeiras para que a sociedade entenda por que existimos.
Mas eu posso afirmar para a sociedade não maçônica que a Maçonaria age, e age muito, embora, no meu entender, esteja agindo de maneira a não ser compreendida. Usando um linguajar ou pelo menos um dito que foi cunhado por um grande comunicador, que era o Chacrinha, que dizia que quem não se comunica se trumbica. Na verdade, eu diria até que, aqui no Senado, quebrei um paradigma, que foi o de fazer uma sessão solene de homenagem à Maçonaria; de vir a tribuna falar claramente sobre a Maçonaria; de vários irmãos, nós somos aqui 7 Senadores que são maçons, falarem também; de alguns Senadores que não são maçons, mas que conhecem a história, virem e também falarem; de algumas Senadoras que têm, digamos assim, conhecimento, ou porque tiveram parentes na sociedade maçônica ou porque acompanham a história da Maçonaria… Eu tenho certeza de que essa postura, ao contrário do que pensam alguns conservadores, contribui para acabar com os mitos que ainda existem contra a Maçonaria, mitos que ainda são explorados no dia de hoje, como, por exemplo, o de que somos uma sociedade que temos pacto com o demônio. Isso é uma mentira deslavada, inventada lá na época da Inquisição, para justificar que muitos irmãos fossem queimados na fogueira e que pudessem ser perseguidos, carimbados de hereges, porque não obedeciam ao comando dos reis e dos papas.
Hoje, nós queremos fazer o contrário, nós queremos pacificar, queremos que a Maçonaria possa ter uma boa relação com a religião, queremos que as religiões atualmente entendam — e felizmente algumas já entendem —, Senador Gurgacz, que nós não somos uma religião, mas nós somos uma instituição religiosa. Por quê? Porque só entra para a Maçonaria quem tem uma religião ou quem, de alguma forma, acredita em Deus. Como é que ele chama esse Deus? Não interessa para nós se é Jeová, Alá, ou Deus, como chamam os cristãos. O que importa é que creia em uma entidade superior, que nós maçons chamamos de Grande Arquiteto do Universo.
Então, quero encerrar meu pronunciamento, pedindo a V. Exª que autorize a transcrição dessas duas matérias a quem referi, cumprimentando os irmãos que estão aqui presentes, mas cumprimentando os irmãos de todo o País, dizendo que numa era em que estamos aí ligados on line de todas as formas, nas redes sociais, por telefone, nós seremos muito mais capazes de fazer muito mais pela nossa sociedade do que fizeram os nossos irmãos no passado, quando as comunicações e os deslocamentos eram feitos a cavalo. Coincidentemente, é só ver a figura reconhecida nacionalmente. Onde estava D. Pedro I quando deu o grito de Independência? Em cima de um cavalo, às margens do riacho Ipiranga, lá em São Paulo. Como estava o Marechal Deodoro quando proclamou a República? Em cima de um cavalo, lá no Rio de Janeiro. Então, nós não precisamos mais andar a cavalo e, portanto, temos que fazer muito mais do que eles fizeram quando as comunicações e o transporte eram feitos por esse meio.
Então, quero encerrar o meu pronunciamento, mandando a todos irmãos do Brasil um tríplice e fraternal abraço, e especialmente à família do meu mestre eterno, Francisco Murilo Pinto, pela passagem de mais um ano de seu falecimento, que vai acontecer no dia 21 de janeiro, portanto, como em janeiro nós estaremos de férias, eu estou antecipando essa homenagem a esse homem que é um símbolo da Maçonaria moderna.
Muito obrigado.