quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Se fosse vivo Ir.·. Luiz Gonzaga faria 100 anos e o País celebra seu legado.
Brasil comemora hoje o centenário do Ir.·. Luiz Gonzaga . Num tempo em que a produção artística era focada no eixo sul - sudeste, coube a uma voz acompanhada de sanfona amolecer a aridez e hostilidade da caatinga em forma de música. Luiz Gonzaga detinha a arte de inserir melodia em enredos sobre a condição desfavorável da terra onde nasceu. O Brasil comemora 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga e celebra o legado deixado por um dos maiores ícones da história artística brasileira.Não sem consistentes motivos, a obra de Gonzaga é lembrada mesmo após 23 anos de sua morte. As suas músicas lideram rankings das mais tocadas até hoje. Acrescentam-se o ineditismo; a forma como ele conseguiu representar através de um estilo a cultura, os costumes, o jeito de seu povo. Causou revolução no imaginário brasileiro quanto ao nordeste, aproveitando o bom momento dos meios de comunicação à época e apresentando o sertão como um dos vários “brasis”.Gonzaga influenciou o nordeste, ou o nordeste influenciou Gonzaga? Quando você percebe que muita gente ainda se perde ao responder a pergunta, é sinal do quão importante foi a existência dele para a formação cultural e identidade nacional. Gonzagão e sertão confudem-se.
História
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912 na cidade de Exu, em Pernambuco, filho dos lavradores Januário José Santos e Ana Batista de Jesus, esta mais conhecida como Santana. Ainda na infância, Luiz costumava ajudar o seu pai tocando zabumba em festas pela região, pegando desde cedo o gosto pela coisa.
O amor chegou ao coração de Luiz Gonzaga causando-lhe alguns problemas. Aos 18 anos, seus pais descobriram que ele estava se envolvendo com a filha de um coronel da cidade, que dele não gostava. A surra foi grande. A tristeza por não se casar com Nazarena levou Luiz a fugir de casa e se alistar no exército em Crato, no Ceará. Após um tempo viajando pelo país como corneteiro do exército, deu baixa e foi para o Rio de Janeiro.
Chuva e sol / Poeira e carvão / Longe de casa / Sigo o roteiro / Mais uma estação / E a saudade no coração
“Eu vou mostrar pra vocês/Como se dança o baião/E quem quiser aprender/É favor prestar atenção”. Chegando na capital fluminense, não demorou muito para Gonzaga se tornar Gonzagão e popularizar o forró, o xote e o baião, ritmos que até hoje têm nele como precursor.
Registros biográficos apontam que o gatilho para o crescimento da carreira de Luiz veio com a apresentação dele em um programa de Ary Barroso, em 1941, onde tocou a instrumental “Vira e Mexe”, vindo ela também a ser a sua primeira gravação. Ouça abaixo a música completa.
No sudeste, o inventivo cantor já era considerado o maior representante da música nordestina no País, com sucessos que começavam a ganhar o mundo. O crescimento mais vertiginoso aconteceu quando foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, permitindo a ele alcance e destaque ainda maiores. Através de sua obra, os brasileiros redescobriam o nordeste em ritmo e melodias que traziam a significação sertaneja de uma maneira nova. Gonzaga não deixava de tratar dos problemas enfrentados pelos seus conterrâneos, mas dava-lhes roupagem pura e singela. Era um retrato poético de uma realidade sofrida, muitas vezes em versos temperados com esperança e saudade, como retratado em 'Asa Branca'.
E foi justamente a saudade que fez Luiz Gonzaga voltar para o sertão. O motivo era uma visita à sua família, que continuava morando em Exu desde que ele fugiu de casa. O resultado do encontro com seus pais, Januário e Santana, rendeu a famosa música 'Respeita Januário'. “Luiz respeita Januário / Luiz, tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso e com ele ninguém vai, Luiz / Respeita os oito baixo de seu pai”. Essa e outras estórias são contadas no programa De Lá Pra Cá, da TV Brasil.
Gonzagão também teve um filho, popularmente conhecido como Gonzaguinha. A relação entre os dois durante a infância do menino não foi das melhores. A amizade foi de fato firmada quando Gonzaguinha resolveu seguir os passos do pai e também se tornou músico. Eles chegaram inclusive a fazer juntos uma turnê pelo Brasil. A história de Gonzagão e Gonzaguinha foi tema do programa Musico grama, também da TV Brasil.
“Luiz Gonzaga é Iniciado, na Maçonaria, na A.·.R .·.L .·.S.·. “Paranapuan” Nº: 1477, do Grande Oriente do Brasil, Or.·. da Ilha do Governador/RJ, do Rito Moderno” ou “Francês”. Aprendiz Maçom: em 03 de abril de 1971
Tendo como seu “padrinho” o Ir.·. Florentino Guimarães, membro do quadro da Loja Paranapuan.
Grau de Companheiro Maçom: Elevado em 14 de dezembro de 1972
Grau de Mestre Maçom: Exaltado em 05 de dezembro de 1973.
Na Maçonaria dos Altos Graus ou Filosóficas, foi iniciado no Grau 4, em 29 de agosto de 1984. No Subli .·.Cap.·. “Paranapuan”, jurisdicionado ao Supremo Conselho do Brasil para o R.·.F.·.A.·.A.·..
A música Acácia Amarela foi composta em 1981; o Irmão Luiz Gonzaga achou oportuno fazer uma homenagem a Maçonaria e elaborou a letra e o tema musical. O Irmão Orlando Silveira deu algumas sugestões e harmonizou a melodia. Encerrado os trabalhos a música foi incluída no CD “O Eterno Cantador” do selo BMG-RCA, com arranjo de Orlando Silveira e vocal de Luiz Gonzaga.
Luiz Gonzaga morreu em Recife, em 02 de agosto de 1989. Foram cerca de 60 anos de carreira, 1.538 gravações de 633 canções, que incluíram parcerias como a de Humberto Teixeira. Vira figura mítica mesmo depois de morto, com repertório que até hoje figura entre os principais registros da música brasileira.