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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco/PTB – RR. Sem apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs. Senadoras e Srs. Senadores, (Saudações aos convidados especiais, conforme relação da SGM).
Cultivando os mais altos valores da experiência humana, a maçonaria celebra nesta segunda-feira, 20 de agosto, o Dia do Maçom.
É momento de introspecção e de profunda reflexão acerca de uma história extremamente rica, que se materializa no cotidiano da vida de milhões de pessoas em todo o mundo. É momento, também, de projetar o futuro de uma instituição que honra a humanidade.
Mais uma vez, o Senado da República, atendendo Requerimento deste Parlamentar, acolhido com simpatia e entusiasmo por Senadoras e Senadores, celebra tão significativa data para todos aqueles que observamos os preceitos e ensinamentos da maçonaria.
Ainda hoje, em pleno século 21, é difícil asseverar-se como ou quando foi estabelecida a fraternidade maçônica. Tem-se, a partir das pesquisas e consequente convicção dos mais avançados estudiosos, que a maçonaria forma-se nas corporações de ofício — no caso, dos arquitetos e pedreiros — ainda na Idade Média.
O Poema Regius, tido como o mais antigo documento sobre os maçons, data de cerca de 1390. Recuamos, portanto, ao final do século 14, embora o documento seja identificado como cópia de trabalho anterior.
Contudo, apenas três séculos depois, em 1717, quando quatro lojas londrinas reúnem-se para formar a Grande Loja da Inglaterra, é que se estabelecem registros regulares acerca da maçonaria.
A partir de então, e em apenas três décadas, a fraternidade expande-se pela Europa, chegando também às então colônias americanas. No chamado novo mundo, a maçonaria encontra solo fértil e expande-se, especialmente no que viria a conformar os Estados Unidos da América.
George Washington e Benjamin Franklin, dois dos pais-fundadores dos Estados Unidos, estiveram diretamente envolvidos com a fraternidade. O primeiro era maçom, e Franklin foi chefe maçônico na Pensilvânia.
No Brasil, a maçonaria encontra-se presente desde os tempos coloniais, com registros entre os inconfidentes e integrantes da Conjuração Baiana, no final do século 18.
No período anterior à nossa independência, a maçonaria cumpriu papel político relevante, mostrando-se decisiva na divulgação das ideias liberais anticolonialistas.
Origina-se nessa época a grande e decisiva influência no processo de nossa independência de Portugal, e na formação e consolidação do que viria a ser o Estado brasileiro.
Sem qualquer exagero, é possível afirmar que a história da maçonaria entre nós confunde-se com a própria história do Brasil. A primeira loja maçônica em nosso território instala-se em 1801, com filiação ao Grande Oriente da França.
No final da primeira década do século 19 foram fundadas diversas lojas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, preparando a próxima criação do primeiro Grande Oriente Brasileiro, sob a direção de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva.
Em Andrada e Silva tivemos um dos mais combativos políticos brasileiros de todos os tempos — deputado e membro do Senado imperial, que lutou obstinadamente pela independência de nossa pátria, honrando a tradição maçônica.
Coube a outro Andrada e Silva, José Bonifácio, Patriarca da Independência, o título de primeiro grão-mestre da maçonaria no Brasil.
Vê-se, portanto, Senhoras e Senhores, o grau e a qualidade do envolvimento da maçonaria e dos maçons com nossa história, bem como seu relevante e decisivo papel na constituição do que viria a ser a nação brasileira.
Em escala mundial e nacional, a maçonaria esteve, desde seus primórdios, comprometida com o empenho pessoal no autoaprimoramento e com os avanços e melhorias da sociedade como um todo, a partir do envolvimento das pessoas e da filantropia.
Vetor universal dos grandes e elevados princípios orientadores da Revolução Francesa, a maçonaria privilegia a dignidade humana e a liberdade individual, inclusive de culto. Comprometida com a formação e manutenção de governos democráticos, a maçonaria sempre impulsionou a educação liberal e pública. Esta última característica está historicamente evidenciada no decisivo apoio à criação das primeiras escolas públicas da Europa e dos Estados Unidos.
A criação de orfanatos e lares para idosos incluem-se também na agenda permanente dos maçons em todo o mundo. Além disso, apoia financeiramente a operação de hospitais infantis e a pesquisa médica, reafirmando a preocupação constante com o bem-estar de todos, em especial dos despossuídos.
Como se pode constatar, a maçonaria, reunindo milhões de adeptos em todo o mundo, não é apenas passado. É presente e futuro, contribuindo sempre para o aprimoramento humano.
O século 21 impõe para todos nós enormes desafios. Ciente da extrema importância de seu papel formador e multiplicador, a maçonaria no Brasil estabeleceu uma série de objetivos em prol de seus membros e de toda a sociedade envolvente.
Permitam-me, antes de concluir este Pronunciamento, Senhoras e Senhores Senadores, elencar alguns dos desafios e das propostas que consolidamos para os próximos anos.
Em primeiro lugar, queremos criar planos nacionais de saúde e previdência, com eficiência para assegurar aos Irmãos e seus dependentes o amparo necessário na maturidade e na adversidade. Logo, postulamos o fortalecimento dos Grandes Orientes e, portanto, também das diversas lojas, como forma de atingirmos união e integração mais fortes e intensas.
Comprometidos historicamente com a educação, os maçons brasileiros querem criar uma rede nacional de ensino. A ideia é assegurar formação acadêmica de alto padrão, que privilegie a compreensão da condição humana e a importância da solidariedade permanente, como meios de fazer a sociedade avançar em seus elevados desígnios.
Um dos mais nobres compromissos dos maçons, reafirmados agora, está na criação e ampliação de iniciativas, de âmbito nacional, voltadas para o combate à fome, à pobreza e a esta chaga contemporânea: a droga.
Enquadram-se como objetivos prioritários, de curto e médio prazo, dar grande visibilidade à maçonaria. A intenção é torná-la mais conhecida e compreendida pela sociedade, pelas instituições e pelo Estado. Assim poderemos costurar inúmeros acordos e parcerias, ampliando o alcance de ações sociais substantivas.
Como consequência da meta anterior, vamos usar nosso melhor empenho na reinserção de nossa Ordem no cenário brasileiro, proporcionando maiores oportunidades aos Irmãos.
Por fim, e como condição importante para alcançarmos os objetivos previamente elencados, vamos postular junto ao Governo da Presidente Dilma Rousseff a concessão de canais de rádio e televisão, de âmbito nacional. Com modernos veículos de comunicação, poderemos divulgar nossos princípios, objetivos permanentes, propostas e ações em favor do Brasil.
Creio, Sr. Presidente, que celebramos hoje um dia memorável, não apenas por homenagearmos merecidamente — e perdoem a imodéstia — milhões de maçons, no Brasil e no mundo. Trata-se de um dia singular porque os maçons, em sua data magna, enunciam um conjunto de propostas factíveis para aprimorar as instituições pátrias e melhorar a vida dos brasileiros.
O Congresso Nacional, por intermédio de suas duas Casas Legislativas, certamente haverá de apoiar e auxiliar a maçonaria brasileira nesta sua caminhada de eminente cunho social.
Esta a grande homenagem que o Senado Federal e a Câmara dos Deputados podem prestar aos maçons neste dia tão especial.
Muito obrigado.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inseridos nos termos do art. art. 210, inciso I, §2º, do Regimento Interno.)