Ao final da Idade Antiga, no Ocidente são
formados novos reinos que incorporam grande parte das instituições romanas
pré-existentes, o cristianismo disseminou-se pela Europa ocidental enquanto o
Império Romano do Oriente torna-se território islâmico.
Depois do ano 1000, verifica-se na Europa um
crescimento demográfico muito acentuado e um renascimento do comércio, à medida
que inovações técnicas e agrícolas permitem uma maior produtividade de solos e
colheitas. Surge o regime feudal, uma estrutura política em que cavaleiros e
outros nobres prestam serviço militar aos seus senhores, recebendo como
compensação uma propriedade senhorial com o direito a cobrar impostos e os
habitantes daquela propriedade são mantidos como servos.
A vida cultural foi dominada pela Igreja e pelos
senhores feudais. Esse período da história foi caracterizado pelo domínio
absoluto da Igreja e dos Senhores Feudais, onde surgir a Inquisição
aprisionando o conhecimento e tudo que não fosse aprovado pelos detentores do
poder era considerado heresia. Numa tentativa de ter o domínio sobre a Terra
Santa, surgem as Cruzadas. Uma verdadeira cortina foi erguida e nesse período
ocorre a edificação das imponentes catedrais góticas entre as mais destacadas
façanhas artísticas que eram erguidas por Corporações de homens que detinham o
conhecimento do ofício e passavam seus ensinamentos a somente um pequeno grupo
eleito. Assim com na Idade Antiga encontramos sustentáculos para dizer que os
conhecimentos do Antigo Egito passando por Aristóteles e Pitágoras na Grécia
são sinais da Ordem também na Idade Média essas corporações detinham
conhecimentos maçônicos.
Segundo a opinião
quase unânime dos historiadores sérios, a Maçonaria surgiu como organização com os
trabalhadores medievais – como alfaiates, sapateiros, ferreiros e pedreiros que
guardavam suas técnicas a sete chaves. “Os pedreiros, em especial, viajavam
muito a trabalho. Por isso tinham certa liberdade, ao contrário dos servos, que
deviam satisfação ao senhor feudal caso quisessem deixar suas terras”, afirma
Eduardo Basto de Albuquerque, professor de história das religiões da Unesp. Daí
vem o nome original “maçonaria livre”, ou freemasonry em inglês. A arquitetura constituía então, a Arte Real, cujos segredos eram
transmitidos somente àqueles que
se mostrassem dignos de conhecê-los. Havia entre aqueles construtores como que
um Ideal, a construção de uma obra suprema, mediante um trabalho constante.
Seria o Templo Ideal?
Esta é a primeira das duas fases da Maçonaria, a operativa onde seus
seguidores, os construtores que detinham conhecimentos especiais, constituíam
uma espécie de aristocracia, em meio das demais profissões. Formavam como que
colégios sacerdotais e a segunda, a atual, a especulativa. Na primeira, os seus
componentes operavam materialmente, eram trabalhadores especializados. A
segunda, especulativa, de vez que os seus adeptos são homens de pensamento.
Desde a antiguidade, e na Idade Média, os construtores de catedrais e
palácios eram beneficiados, por parte das autoridades eclesiásticas e seculares
com inúmeros privilégios tais como: franquias, isenções, tribunais especiais,
etc. Daí a denominação francesa de franc-maçon traduzida como
pedreiro-livre.
Os pensadores e alquimistas da época eram combatidos e perseguidos. Para
se livrarem buscavam refúgio entre os pedreiros livres, capazes de protegê-los
pelos privilégios que tinham. alguns eram aceitos. Daí a denominação de Maçons Aceitos em contraposição aos
Maçons Antigos, os construtores.
Claro que nem todos podiam ser aceitos. Faziam sindicâncias e apenas
alguns eram admitidos, porém depois de submetidos a uma série de provas que
constituíam a iniciação. Os iniciados juravam guardar segredo dos ritos e
respeitar as regras.
Na hierarquia maçônica desta época havia apenas os graus de aprendiz e
companheiro, pois que o Mestre era somente o encarregado da direção de uma
construção.
É evidente que a
falta de documentos e registros dignos de crédito da Idade Média, envolve a
maçonaria numa penumbra histórica sobre sua origem e seu crescimento. Há
vertentes afirmando que ela teve início na Mesopotâmia, outras confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos maçônicos. Existem relatos
afirmando que os Essênios eram Maçons e que Jesus Cristo iniciou nos Augustos
Mistérios com este povo, há escritores que afirmam ser o Templo de Salomão o berço da Maçonaria.
O que existe de
verdade é que a Maçonaria adota princípios e conteúdos filosóficos milenares,
que foram adotados por instituições como as "Guildas",
as Compagnonnage e as Steinmetzen. O que a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles
sadios princípios que eram abraçados por instituições que existiram muito antes
da formação de núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria
Operativa ou de Ofício.
Maçonaria Operativa
A origem perde-se na Idade
Média, se considerarmos as suas origens Operativas, ou
seja, associação de cortadores de pedras verdadeiros, que tinha como ofício a
arte de construção de castelos, muralhas etc. O ofício de pedreiro era uma
condição cobiçada pelo povo, como se fosse um passaporte para novos direitos.
Sendo esta a única Guilda que tinha o direito de ir e vir. E para não perder
suas regalias o segredo deveria ser guardado com bastante zelo.
Ao se fixar em novas
terras, os nobres necessitavam de castelos para sua habitação e fortificações
para proteger o feudo. Como a arte de construção não era nobre deveria advir do
povo e como as atividades agropecuárias e de construção não guardavam nenhuma relação, uma nova classe
surgiu: Os construtores, herdeiros das técnicas romanas e gregas de construção civil.
A Igreja encontra neste sistema o ambiente ideal para seu progresso. Torna-se uma
importante, talvez a maior, proprietária feudal, por meio da proliferação dos
mosteiros, que reproduzem a sua estrutura. No interior dos feudos, a igreja detinha
o poder
político, econômico, cultural e científico da época.
Maçonaria Especulativa
Em 24 de junho de
1717, na Inglaterra, é que tem origem a Maçonaria atual e a partir dessa data,
a Maçonaria começou a ser denominada de "Maçonaria Especulativa".
Corresponde a segunda fase, que utiliza os moldes de organização dos maçons operativos
juntamente com ingredientes fundamentais como o pensamento
iluminista, ruptura com a Igreja
Romana da época e a reconstrução física da cidade de
Londres, berço da maçonaria regular.
Essas associações
sobreviveram ao tempo. Os segredos das construções não eram mais guardados a
sete chaves, eram estudados publicamente. Todavia o método de associação era
interessante, o método de reconhecimento da maçonaria operativa era muito útil
para o modelo que surgiu posteriormente, a Maçonaria Especulativa.
Em vez de erguer edifícios físicos, catedrais ou estradas, o objetivo era outro: erguer o edifício social ideal.
Ir.´.Francisco
Antônio Rosa
M.`.M.´.
Aug.´.Resp.´.Loj.´.Simb.´.
União e Progresso N° 30
Or.´.de Nova Russas/CE
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