Ao Iniciarmos os trabalhos em loja o V.·.M.·. Invoca a
proteção do G.·.A.·.D.·..U.·.e abre-se a loja, dizendo -“em homenagem a
São João, nosso patrono, declaro aberta esta loja de A.·.M.·. sobre o
Titulo distintivo (e diz o nome da loja)” . Os trabalhos estão abertos,
mas nos resta a pergunta: Quem é este São João, e porque titulo
distintivo?
Para
responder a esta pergunta nós precisamos ainda mais nos aprofundar um
pouco em textos, lendas e histórias, para descobrirmos quem foi São João
de Jerusalém e porque nossas lojas são dedicadas a ele.
Comecemos
por fazer algumas distinções. O primeiro São João de que ouvimos falar e
o qual é sem duvida um dos mais famosos personagens da bíblia é sem
dúvida, São João Batista, que batizou Jesus e teve sua cabeça decepada
por ser fiel aos seus princípios. Este Santo tem seu dia de comemoração
também associado aos mistérios celestes, pois se comemora exatamente no
dia do equinócio de inverno, ou seja, o dia mais curto do ano. A
maçonaria, por sua vez, associou este dia como contemplação a esta
transição do sol, e a reverencia em suas lojas com associações a sua
doutrina. Erroneamente alguns historiadores associaram este São João
como patrono da maçonaria, talvez por ser o mais famoso e conhecido, mas
isso é um erro comum entre os que levianamente estudam a maçonaria por
obrigação.
O outro São João de que se tem noticia, e também
associado à maçonaria, é o São João Evangelista. Sua data de comemoração
é associada ao solstício de verão, que ocorre em dezembro. Nesta data
eram eleitas as gestões das lojas, e neste solstício a maçonaria também
realizava comemorações pela passagem do sol. Porém, também erroneamente,
este São João foi associado como patrono da maçonaria; principalmente
por aqueles que não se dão ao trabalho de ler, e gostam muito de citar
grandes nomes do passado não testando e investigando sua veracidade;
meramente copiando e transcrevendo seus dizeres e se esquecendo que a
verdade é a mola que nos impulsiona. Então, surgem as perguntas: Se
nenhum deles é o patrono da maçonaria, quem o é? Se não são estes dois
importantes santos, a quem abrimos nossas lojas e trabalhamos sobre sua
proteção?
No ano de 550 da era cristã, após a vinda de Jesus,
nasceu um menino na ilha de Chipre ao sul da Itália, motivado por sua
formação cristã e caridosa, o mesmo se encaminha a Jerusalém, com a
intenção de montar um hospital que atendesse aos peregrinos que viajavam
à Terra Santa, visitar o Santo Sepulcro.
Nesta ocasião ocorriam
as Sagradas Cruzadas, lideradas pelos cavaleiros Templários, ao qual
este menino se inspirou em seus métodos e conduta. O garoto faleceu no
ano de 619, na cidade de amatonto, na ilha de Chipre. Após a sua morte, o
Papa em reconhecimento ao seu desprendimento e amor incondicional, o
canonizou com o nome, São João Esmoleiro, que ficou mais conhecido como
São João de Jerusalém.
A História certamente terminaría aqui mas,
se fossemos meros profanos. Mas para nós, maçons iniciados na Arte
Real, livres pensadores e perseguidores da verdade, não! Ainda nos
restam as pergunta: Porque dedicar as lojas à ele? O que ele fez em
Jerusalém? Porque voltou a sua pátria?
Atentai, amados Ilr.·. que
a resposta esta diante de vossos olhos. Ao sair de sua terra natal, o
garoto levou o quinhão da fortuna de seu pai, que lhe era de direito. Ao
invés de viver uma vida sossegada, ele deslocou-se para Jerusalém, onde
construiu com enorme dificuldade, um hospital para socorrer os
enfermos. Porém, a época era das Cruzadas, e os povos viviam em guerra.
Baseado nos princípios da Cavalaria Templária, ele fundou a Ordem dos
Cavaleiros Hospitalares, que tinha por principal função, defender os
hospitais e prestar socorro à quem se achava enfermo. Ele mesmo foi
amigo, irmão e confidente de muitos enfermos, e deu a eles mais do que
os seus recursos financeiros. Doou a cada um deles, sua saúde e
atenção. Nunca fez distinções entre feridos de guerra e leprosos; todos
que buscavam ajuda neste período de caos encontravam, sem dúvida, uma
mão estendida nos Cavaleiros Hospitalares e em São João.
A Ordem
dos Cavaleiros Hospitalares logo foi transformada na Ordem dos
Cavaleiros de Jerusalém, que agora não só tomavam conta dos hospitais,
mas corriam em socorro dos doentes e dos necessitados, onde quer que se
encontrassem. Esta Ordem sobreviveu durante anos, e ganhou enorme
respeito dos Templários da época. O seu fundador foi eleito e sagrado
Grão-Mestre dos Cavaleiros de Jerusalém, recebendo as mais altas
honrarias Templárias, pois estes o reconheciam como um puro e fiel
Cavaleiro, seguidor dos antigos valores. São João retornaría a sua
pátria, na Ilha de Chipre, por saber que a mesma estava à mercê de
invasão dos Turcos, e o seu povo necessitava de ajuda. Para isso, ele
contou com sua experiência em Jerusalém, e fundou a Ordem dos Cavaleiros
de Malta, que tinha a dupla função: Proteger os hospitais, ajudar os
enfermos e feridos, e lutar pela manutenção da paz e preservação da
independência de sua pátria.
A Ordem prosperou na parte da
Hospitalaria, mas a sua força armada não foi suficiente para deter a
invasão Turca, que dominou e destruiu grande parte da Ilha. Gostaríamos
de dizer que tudo foi fácil e belo, mas esta não é a verdade. Muito
sangue foi derramado para que os Cavaleiros pudessem prosseguir em sua
jornada, e mantivessem a chama acesa, no intuito de ajudar os feridos e
vitimas de doenças.
Os Cavaleiros de Malta foram conhecidos por
seus atos como, grandes defensores dos oprimidos e daqueles que
precisavam de ajuda, assim como já eram os Cavaleiros de Jerusalém. Após
a morte de São João, e sua posterior canonização, a Ordem de Cavalaria
Templária associaría, fortemente, São João de Jerusalém como seu
patrono, e ao se postarem no campo, para as batalhas, sempre se
colocavam sobre a proteção do mesmo.
A Maçonaria copiou grande
parte de seus ensinamentos e do modo de agir dos Templários, além de
associar São João como seu padroeiro, pois os ideais deste nobre homem,
que foi elevado a condição de Santo, combinavam com a doutrina maçônica
de amor incondicional ao próximo, e sua elevada determinação em lutar
pela liberdade. A partir deste momento, em que a maçonaria se colocava a
campo para lutar pela liberdade da humanidade, clamava a esta grande
figura, que a partir deste momento, sería conhecido por todos os maçons
como: São João de Jerusalém nosso Patrono.
Por isso todas as lojas
são abertas e dedicadas a sua homenagem, e até hoje nós somos lojas de
São João. O amor dele nos contagia, e em sua homenagem é que trabalhamos
para socorrer os necessitados, como ele o fez, e levar a luz do
conhecimento e da verdade a toda a Humanidade.
Comemora-se no dia 23 de janeiro o dia de São João Smoler, para nós, São João de Jerusalém, Patrono da Maçonaria
Comemora-se no dia 23 de janeiro o dia de São João Smoler, para nós, São João de Jerusalém, Patrono da Maçonaria